“Já não há razão para que a sede do Infarmed não venha para o Porto no dia 1 de janeiro de 2019”. É esta a posição da Câmara Municipal do Porto perante as informações avançadas esta segunda-feira pelo “Jornal de Notícias” dando conta do conteúdo do relatório produzido pelo grupo de trabalho encarregue de avaliar a deslocalização do Infarmed de Lisboa para o Porto.

Rui Moreira, que assume ter tido conhecimento do resultado do relatório pela comunicação social – “como deve ser, neste caso” -, falou aos jornalistas ao início da tarde para dizer que o relatório vem confirmar o que a autarquia já havia dito: “O Infarmed está melhor no Porto do que em Lisboa e estando no Porto isso é melhor para o país e sendo melhor para o país também é seguramente melhor para a capital do país”.

Nessa medida, o autarca solicita ao Governo que, com a máxima brevidade, estabeleça datas para que seja dado início à transferência: “Sabendo que o relatório está fechado e não havendo nada que tecnicamente impeça que o Infarmed se localize no Porto e sendo essa a decisão política do Governo, que seja estabelecido um calendário que permita rapidamente que tal aconteça”.

Rui Moreira também voltou a frisar que o Porto não está interessado numa “placa” do Infarmed, mas no instituto a funcionar em pleno na cidade: “O Porto quer o Infarmed admitindo que em Lisboa fique uma delegação. Por isso, quando falamos da localização do instituto no Porto estamos a falar de ter no Porto as suas principais competências e as suas principais valências”, disse.

O presidente da Câmara do Porto admitiu ainda que a transferência se faça em dois momentos, primeiro com a transferência da sede e, depois, ” a seu tempo” a mudança “das outras valências”.

Quanto aos trabalhadores, que estão esmagadoramente contra a mudança (99% não concorda, de acordo com números mais recentes da Comissão de Trabalhadores), Rui Moreira afirmou “compreender” a posição mas voltou a dizer que simpatiza “mais” com funcionários públicos da Invicta que “por falta de oportunidades” têm de se deslocar semanalmente para Lisboa.

“Os trabalhadores do Infarmed com certeza não têm a sua posição em risco”, referiu para completar a ideia de que “se eles não quiserem outros quererão”.

De acordo com a edição desta segunda-feira do “JN”, o grupo de trabalho criado pelo Ministério da Saúde para avaliar a mudança do Infarmed para o Porto concluiu que “não se verificam impedimentos absolutos para a deslocalização do Infarmed para o Porto”, identificando potenciais ganhos de produtividade e eficiência com a mudança.

O jornal adianta ainda que o edifício da Manutenção Militar, na marginal do Porto, foi o escolhido para acolher as novas instalações.

O que mais preocupa o grupo são os recursos humanos e a sua oposição à mudança, a qual pode comprometer a missão do instituto.