Nasceu em Lisboa, em 1951, mas foi no Porto que viveu boa parte da sua vida. João Semedo, que se mudou para a Invicta em 1978, faleceu esta terça-feira, vítima de cancro. Tinha 67 anos.

Estudou no Liceu Camões e formou-se em Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, em 1975. Três anos mais tarde veio para a Invicta exercer a sua profissão e desenvolver outras atividades.

Foi um dos fundadores do Sindicato dos Médicos do Norte e da Universidade Popular do Porto, integrou a direção do FITEI [Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica] e da cooperativa Árvore.

Na Universidade do Porto, fez uma pós-graduação em Toxicodependência na Faculdade de Psicologia.

Foi diretor do antigo Hospital Joaquim Urbano entre 2000 e 2006.

A carreira política começou-a ligado ao Partido Comunista Português, em 1972, em luta aberta contra o Estado Novo. Fez parte do Comité Central dos comunistas até 1991. A rutura definitiva com o partido data do início do nosso século, quando participou na criação da Renovação Comunista.

Já no Bloco de Esquerda, em 2004 foi candidato do partido nas Europeias desse ano e um ano depois era candidato à Assembleia da República, tal como aconteceu nas legislativas de 2009 e 2011, sempre como cabeça de lista pelo Porto.

Foi ainda candidato autárquico em várias frentes: 2005 em Gondomar, 2009 em Gaia, 2013 em Lisboa e, mais recentemente, em 2017, no Porto. Aqui, acabou por ter de ceder o lugar a João Teixeira Lopes já por motivos de saúde.

Desde 2015 que o cancro lhe tinha levado as cordas vocais o que dificultava as suas intervenções públicas, mas não as tolheu em definitivo.

Semedo acabou por ser eleito em 2017 como cabeça de lista à Assembleia Municipal do Porto, mas em abril passado, de novo por razões de saúde, acabou por renunciar ao mandato.

No Bloco de Esquerda, foi o rosto de uma solução nunca dantes tentada em Portugal de liderança repartida, modelo que haveria, contudo, de não surtir o melhor resultado. Foi coordenador juntamente com Catarina Martins entre 2012 e 2014.

Mais recentemente, o médico e político de esquerda bateu-se pela despenalização da eutanásia e pela defesa do Serviço Nacional de Saúde.

O velório realiza-se a partir das 17h00 na Cooperativa Árvore, no Porto. O funeral sai na quarta-feira, às 13h30, em direção ao cemitério do Prado do Repouso.

Artigo atualizado às 19h00 do dia 17 de julho com informações sobre as cerimónias fúnebres.