O MEO Marés Vivas chegou ao fim no domingo depois de uma edição com várias novidades, com um novo e maior recinto, um novo palco e novos artistas, alguns dos quais a atuar pela primeira vez em Portugal.

Helena Rodrigues Foto: Joana Nogueira

Sobre o novo espaço, na Antiga Seca do Bacalhau, Helena Rodrigues, de 20 anos, uma visitante regular do MEO Marés Vivas, que também veio aos três dias desta última edição, considera que “está bem estruturado e é melhor”.

A jovem realçou o posicionamento da zona da restauração, que ”no ano passado estava perto das casas de banho”, aspeto que não lhe agradou “nada”. Destacou ainda, ao JPN, a abertura de espaço no novo recinto “muito mais amplo”, uma vantagem sobretudo nos concertos: “dá-nos mais ar do que no espaço antigo”, observou.

Susana Castanheira Foto: Joana Nogueira

Susana Castanheira, 46 anos, vem ao evento todos os anos e sempre os três dias. Teve alguma dificuldade em habituar-se ao novo recinto, apesar de admitir que “em termos de circulação este é melhor”. Considera, contudo, o novo espaço “mais desprotegido” quanto ao frio.

Marta Maia e Nuno Martins, de 20 e 21 anos, respetivamente, vieram juntos pela primeira vez ao festival e estiveram presentes também nos três dias. Admitem não conhecer o espaço antigo mas ambos consideram o novo espaço um bom local. Marta descreveu o novo recinto como “bastante espaçoso” e de fácil circulação. Nuno também classifica o espaço como “muito bom”. “Pena”, diz, haver “tanta poeira” no ar.

Nuno Martins Foto: Joana Nogueira

Jorge Lopes, diretor da PEV Entertainment, que organiza o festival, confirmou a lotação esgotada no segundo dia do evento, com 35 mil espectadores.

No total, a edição deste ano contou com 100 a 110 mil visitantes, valores recorde para o Marés. Ainda assim, o diretor tem o desejo de “fazer o festival crescer cada vez mais”.

Satisfeito ficou também o presidente da Câmara Municipal de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, que mencionou, na conferência de imprensa de balanço, a “capacidade de atrair gente que vem a reboque do festival à cidade e à região” com um destaque para a indústria hoteleira: “Tudo o que é passível de estar esgotado, está esgotado”, sublinhou.

Marés e o Ambiente

Há já três anos que o Marés Vivas é acompanhado de polémica ambiental, devido à necessidade de mudança do local do recinto, que se impõe desde 2016. A ideia de deslocar o festival para um local mais próximo da Reserva Natural do Estuário do Douro contou sempre com uma forte oposição das associações ambientalistas, que conseguiram travar o processo em 2016 e 2017.

Este ano, a organização experimentou um novo local, na Antiga Seca do Bacalhau, mas nem assim evitou as críticas primeiro do grupo de Gaia do PAN, na véspera de arranque do evento, e depois da associação Campo Aberto, que num comunicado questionou todo o processo de escolha.

Jorge Lopes, da PEV, não confirmou se é na Antiga Seca do Bacalhau que o festival vai permanecer no próximo ano.

Quanto aos festivaleiros com quem o JPN falou, a maioria não estava a par da controvérsia. Mostraram-se satisfeitos com a limpeza do interior do recinto, com a presença de vários caixotes do lixo e de pessoas a recolherem copos e consideraram que a preservação ambiental passa também pelo “bom senso” de cada um.

José Lemos, de 20 anos, mostrou-se satisfeito pelo facto de “haver mais políticas ambientalistas em festivais de verão”.

Artigo editado por Filipa Silva