A Universidade do Porto (UP) continua a ser a instituição mais procurada em Portugal pelos candidatos ao Ensino Superior, mas viu diminuir pelo segundo ano o número daqueles que a colocaram em primeira opção, registando o valor mais baixo em cinco anos.
Os dados relativos à primeira fase do Concurso Nacional de Acesso (CNA), divulgados no fim de semana pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), mostram que a instituição portuense teve 1,72 candidatos em primeira opção por cada vaga disponibilizada.
Em 2014, com um número de candidatos no país bem abaixo do deste ano (menos 7 mil), para cada vaga da UP candidataram-se 1,83 estudantes. Nos dois anos seguintes, esse valor chegou a 1,9, e no concurso do ano passado foi de 1,78.
Este ano, em termos nacionais, houve menos candidatos na primeira fase do CNA (menos três mil do que em 2017) e a Universidade do Porto teve de diminuir em 5% as vagas oferecidas no concurso (menos 209), por determinação do MCTES. São fatores que podem ajudar a explicar a baixa do rácio de estudantes por vaga, mas como se disse esse rácio já foi superior em anos com menos candidatos ao nível nacional.
Liderança mantém-se
Seja como for, a taxa de procura da UP é a mais elevada do país. Situou-se nos 172%. Bem acima dos 152% do ISCTE e dos 149% da Universidade Nova de Lisboa, que ocupam os lugares seguintes.
Na UP, mesmo com menos 620 candidatos em primeira opção, como vem sendo hábito, as vagas praticamente “voaram” na primeira fase, restando cerca de 20 das 3.976 colocadas a concurso.
Na ESEP não sobraram vagas para a segunda fase Foto: ESEP
A Universidade do Porto, além de mais procurada, foi a instituição com o valor médio de nota de entrada mais elevado no conjunto dos 52 cursos de licenciatura e mestrado integrado que oferece: 159 valores.
Ao nível nacional, manteve-se a tendência dos anos mais recentes com as Engenharias a destronarem a Medicina na lista das médias de entrada. Pela primeira vez, a Medicina ficou mesmo fora do top 5 das médias mais altas.
Os 5 cursos com média mais elevada no país
- Engenharia Civil (ensino em inglês) | U.Madeira | 189,4
- Engenharia Física Tecnológica | IS Técnico/UL | 189,0
- Engenharia Aeroespacial | IS Técnico/UL | 188,5
- Engenharia e Gestão Industrial | FEUP | 186,3
- Matemática Aplicada e Computação | IS Técnico/U.Lisboa | 183,5
Os 20 cursos com média mais alta no Porto
- Engenharia e Gestão Industrial | FEUP | 186,3
- Bioengenharia | FEUP | 183,0
- Medicina | ICBAS | 182,2
- Medicina | FMUP | 181,0
- Línguas e Relações Internacionais | FLUP | 180,0
- Engenharia Informática e Computação | FEUP | 177.8
- Arquitetura | FAUP | 175,5
- Gestão | FEP | 175,0
- Línguas Aplicadas | FLUP | 174,6
- Engenharia Mecânica | FEUP | 174,5
- Engenharia e Gestão Industrial | ISEP/IPP | 174,1
- Design da Comunicação | FBAUP | 173,5
- Multimédia | ESMAD/IPP | 172,0
- Medicina Dentária | FMDUP | 171,8
- Direito | FDUP | 171,8
- Engenharia Biomédica | ISEP/IPP | 170,1
- Engenharia Química | FEUP | 169,3
- Bioquímica | FCUP | 168,5
- Economia | FEP | 168,3
- Medicina Veterinária | ICBAS | 168,3
Ao todo, na primeira fase do CNA foram colocados 43.992 alunos. Quanto a estimativas, destaque para três:
- A Direção-Geral do Ensino Superior prevê a entrada de mais de 73 mil novos alunos em todas as vias de ingresso;
- As previsões das instituições apontam para um aumento de 22% de estudantes estrangeiros, sobretudo de nacionalidade brasileira;
- Também ao nível dos TeSP, cursos Técnicos Superiores Profissionais, haverá um reforço do número de estudantes, cerca de 13% mais alunos nesta via;
Sobraram 7.290 vagas para a segunda fase do Concurso Nacional de Acesso que arrancou esta segunda-feira e se prolonga até 21 de setembro.
Olhando ás instituições portuenses, na UP sobraram 19 vagas, no Politécnico do Porto apenas oito e na Escola Superior de Enfermagem do Porto não sobrou qualquer vaga das 257 a concurso.
