O FC Porto bateu o Benfica, esta terça-feira, por 3-1, no Estádio Municipal de Braga, na primeira meia-final da final four da Taça da Liga. Os dragões asseguraram, assim, a passagem à final da competição e tentarão vencer pela primeira vez o troféu no sábado diante do semifinalista que sair por cima do jogo que esta quarta-feira opõe SC Braga e Sporting.

A equipa de Sérgio Conceição segue há 22 jogos sem perder.

Ritmo de loucos

O jogo começou a um ritmo frenético com uma boa jogada de perigo do FC Porto. Marega apareceu desmarcado na grande área encarnada e rematou para a defesa de Svilar. Em resposta à forte entrada no jogo por parte do FC Porto, o SL Benfica, na jogada imediatamente a seguir, respondeu com um contra-ataque e conseguiu um canto do qual resultou um remate à malha lateral da baliza defendida por Vaná.

Na sequência do canto resultaria a primeira intervenção do guardião brasileiro na partida a remate de Rafa.

O ambiente no jogo era quente: aos 12’ foi mostrado o primeiro cartão amarelo a Alex Telles e um elemento da equipa técnica do FC Porto recebeu ordem de expulsão do recinto de jogo.

Brahimi faz o primeiro

Não foi preciso esperar muito para ver o primeiro golo da partida. Ao minuto 23, Marega isola-se na direita e serve Brahimi que, no centro da grande área, posicionou bem a bola para o fundo das redes da baliza encarnada.

A resposta do SL Benfica não tardou. À meia hora de jogo, Rafa fez o empate. Pizzi cruzou para Seferovic e este, completamente sozinho, rematou para grande defesa de Vaná. A bola saiu, contudo, em frente, foi ter aos pés de Rafa que com a baliza deserta rematou para dentro da baliza portista. Estava feito o empate.

Os azuis e brancos reagiram de imediato. Brahimi desmarca Corona com um grande passe. O mexicano passa de primeira a bola para Marega e o maliano, que se encontrava no centro da grande área, finalizou da melhor forma a jogada.

Antes da recolha para os balneários de sublinhar ainda um golo invalidado pelo VAR ao Benfica que chegaria assim ao empate, não tivesse sido o fora de jogo assinalado a Rafa em jogada de contra-ataque. O lance originou duras críticas no final pela voz do presidente do clube, Luís Filipe Vieira, que pediu o afastamento de Fábio Veríssimo (VAR do encontro) da arbitragem.

Ânimos arrefecem na segunda parte

A partida reatou com uma boa jogada do Benfica. Um bom passe de Pizzi desmarca Seferovic que, sozinho, rematou ao lado da baliza de Vaná. De seguida, foi Grimaldo a criar perigo com um remate de fora de área defendido de forma segura pelo guardião do FC Porto.

Nesta altura faziam-se as duas primeiras substituições do jogo, uma para cada lado. Sérgio Conceição trocou André Pereira por Tiquinho Soares. Já do lado do Benfica, Bruno Lage optou por fazer entrar Gedson Fernandes em detrimento de Gabriel.

Entrávamos numa altura em que o SL Benfica precisava de chegar ao golo a todo o custo e quase o conseguia, não fosse a falta de pontaria de Rafa que se encontrou numa posição frontal à baliza, mas atirou muito por cima. Fazia-se sentir a pressão do Benfica sobre o FC Porto em busca do empate.

Substituições trouxeram calma

Perante a pressão, Sérgio Conceição voltou a mexer na equipa e lançou Bruno Costa a jogo, retirando Corona de campo. Esta substituição em busca de maior equilíbrio defensivo e na saída de bola fez-se sentir, já que o Porto conseguiu equilibrar o jogo de imediato.

Com a entrada nos últimos 20 minutos da partida, Bruno Lage coloca Castillo na frente, tirando Pizzi, apostando assim no ataque. Já Sérgio Conceição decidiu fazer entrar Fernando Andrade para o lugar de Brahimi, refrescando, também, o ataque.

O golo do descanso para o FC Porto surgiu por intermédio de Fernando Andrade, reforço de inverno do Porto, aos 86’. Grande contra-ataque do FC Porto com Tiquinho a ver a desmarcação do compatriota e a lançá-lo em corrida. Fernando Andrade, sozinho com Svilar, não desperdiçou a oportunidade de fazer, mais uma vez, abanar as redes do SL Benfica e de marcar o terceiro e último do jogo.

Até ao final do jogo assistiu-se a uma grande solidez defensiva do FC Porto que soube conter a ofensiva encarnada até ao apito final, gerindo a vantagem de dois golos. Mesmo ao cair do pano, de sublinhar um mau passe do meio-campo benfiquista, isolando Marega, que não soube dar o melhor desfecho à jogada.

FC Porto foi “muito mais forte” na primeira parte

Na conferência de imprensa, Sérgio Conceição realçou que o FC Porto conseguiu ser “muito mais forte” que o Benfica na primeira parte e que as únicas oportunidades do adversário foram “bolas oferecidas” pelo FC Porto.

Em relação às queixas do SL Benfica sobre a arbitragem, Sérgio Conceção optou por relembrar outras decisões que, para ele, também podiam ter tido desfecho diferente, nomeadamente a falta de Seferovic sobre Marega que, na opinião de Conceição, poderia “ter dado o segundo amarelo” ao suíço.

Sérgio Conceição concluiu a sua conferência de imprensa relembrando o jogador e amigo Emiliano Sala, que se encontra desaparecido após o avião em que seguia ter desaparecido dos radares. O facto esteve na origem das lágrimas que se viram no rosto do técnico na roda final com a equipa.

Tecnologia está a “afastar pessoas do futebol”

Bruno Lage realçou o que para ele foi o “equilíbrio” da primeira parte com “30 minutos muito bons” por parte da sua equipa. Já na segunda metade, o jogo mudou: “no momento em que o FC Porto passa do 4x4x2 para o 4x3x3 arriscámos tudo. Tínhamos o Castillo em campo e o João Félix por trás”, analisou o técnico. Contudo, a estratégia não surtiu efeito: “não foi possível marcar e o FC Porto fechou o jogo numa transição”, concluiu.

O treinador do SL Benfica acabou também por se referir ao papel do VAR no futebol. Para o técnico dos encarnados esta tecnologia tem sido prejudicial “afastando as pessoas do futebol”. Algo que se “deveria corrigir” para prevenir más assistências nos estádios portugueses de futebol.

Pode conferir os onzes iniciais e os principais lances da partida no nosso acompanhamento ao minuto.

Artigo editado por Filipa Silva