A passagem dos dragões por Moreira de Cónegos, esta sexta-feira, ficou marcada pela ineficácia ofensiva dos azuis e brancos e pela atitude lutadora da equipa da casa, que quase conseguiu arrancar a vitória perante os líderes do campeonato. O Moreirense abriu o marcador por intermédio de Texeira aos 79 minutos, mas Herrera evitou a derrota portista nos descontos. 

Face à ausência de Marega, o FC Porto apresentou-se num 4x3x3 pouco usual nesta temporada, com Danilo a regressar ao onze de Sérgio Conceição e Herrera como elemento mais avançado dos três médios. 

No Moreirense apenas se registou uma alteração face ao último encontro: Texeira entrou para o lugar de Pedro Nuno, alteração que viria a ser muito frutuosa para os cónegos.

Equipas encaixadas

O jogo começou de forma lenta, com as duas equipas a mostrarem bastante respeito uma pela outra. Ambas as formações apresentaram, desde o início, uma pressão alta, que levou a constantes erros nas primeiras etapas de construção e a uma escassez de boas oportunidades.

De ressaltar apenas um lance aos 3 minutos em que Danilo é descoberto por Óliver na grande área e tenta oferecer o golo a Soares que, após receção defeituosa, remata mais solo que bola, permitindo a defesa a Jonathan.

O Moreirense procurou jogar no contra-ataque tendo a maioria dos lances ofensivos partido de recuperações de bola no meio-campo e pela procura de Heriberto ou Chiquinho no lado esquerdo do ataque para finalizarem. 

Intensidade antes do intervalo

Com a aproximação do fim da primeira parte, as equipas começaram a procurar levar uma vantagem para o descanso. Aos 36 minutos, Heriberto foi descoberto na entrada da grande área por Chiquinho e, no um-para-um com o guarda-redes, acabou por deixar Casillas fazer a defesa. 

Na resposta, Brahimi, partindo da esquerda, ofereceu a bola a Óliver, que, ganhando posição na grande área do Moreirense, passou rasteiro para Soares que recebeu o esférico de costas para a baliza e tentou surpreender o guarda-redes com um pontapé de calcanhar. Estava atento Jonathan e conseguiu travar a bola com o pé.

Já nos descontos da primeira parte, numa fase em que o FC Porto assumia o controlo do jogo e pressionava o adversário, Alex Telles arranjou espaço junto à linha de fundo e cruzou para o centro da grande área. A bola acabou por ser socada por Jonathan e ir ter com Óliver que, perante uma baliza escancarada, não fez melhor que um remate à malha lateral, pondo a nu a falta de eficácia de que Sérgio Conceição mais tarde se viria a queixar.

Segunda parte verde e branca

Saídos do intervalo com nova atitude, os jogadores da casa tomaram controlo do jogo e criaram várias oportunidades de perigo. Heriberto, que já vinha a ser uma das figuras dos cónegos, tirou Felipe da frente e desferiu um potente remate de fora da área que por pouco não entrou no canto direito da baliza de Casillas.

Pouco depois foi a vez de Arsénio visar a baliza adversária com um remate cruzado venenoso que passou a centímetros do poste dos dragões.

Alterações Arrojadas 

Vendo o FC Porto a perder o domínio do jogo, Sérgio Conceição regressa ao 4x4x2 habitual tirando Óliver, Pepe e Brahimi, e colocando três opções ofensivas: Otávio, Fernando Andrade e André Pereira. Logo após entrar em campo, o jovem avançado português conseguiu finalmente pôr as redes a balançar com um belo cabeceamento após cobrança de livre na esquerda, porém, o golo foi anulado por fora de jogo.

Fim de jogo frenético 

Na resposta, aos 79 minutos o Moreirense ganhou um canto na direita. O cruzamento foi bom e Halliche cabeceou à barra, a bola dirigiu-se caprichosamente a Texeira que recebeu na pequena área e, sem cerimónia, disparou para o fundo das redes.

O FC Porto viu-se em desvantagem a 10 minutos do fim do encontro e começou a apertar o cerco, sufocando por completo o Moreirense com vários ataques subsequentes.

A equipa da casa ia defendendo o resultado com muita garra e determinação, mas já nos descontos, após um alívio da defensiva verde e branca, a bola encontrou Otávio à entrada da grande área e, com um cruzamento em balão para as costas da defesa este colocou a redondinha nos pés de Herrera que, com um fulminante remate de primeira, meteu a bola na baliza adversária. 

Nos descontos ainda houve tempo para os dragões reclamarem um penálti (que o VAR analisou e não caucionou). Houve, sim, um livre, que quase proporcionou a reviravolta portista não fosse Jonathan a recusar, com autoridade, o remate que Fernando Andrade fez mesmo na cara do golo.

“Fase de pouca eficácia”

No final do jogo, Sérgio Conceição desvalorizou a perda de pontos das duas últimas jornadas argumentando que se trata apenas de uma “fase de pouca eficácia” e salientando o trabalho dos jogadores e a “dinâmica muito interessante” que têm vindo a demonstrar.

O técnico portista admitiu que no início da segunda parte a equipa não esteve tão bem e que foi a “pressa a atacar” que levou ao desequilíbrio defensivo e ao golo do Moreirense.

“Comportamento fantástico dos jogadores”

Ivo Vieira começou por dar os parabéns aos seus jogadores: “O comportamento dos jogadores [foi] fantástico”. Teceu largos elogios à segunda parte da sua equipa que nesse período considerou ser “melhor que o Porto”. E comentou o panorama do futebol nacional dizendo que só com equipas a jogar como o Moreirense, “com atrevimento”, lutando para ganhar e não apenas para conseguir o ponto, é possível fazer evoluir o futebol português.

O FC Porto, com 51 pontos, vai passar a jornada 21 na liderança, mas o Benfica pode ficar a um ponto do primeiro lugar caso vença o Nacional no domingo. O SC Braga, que recebe o Desportivo de Chaves, pode, por sua vez, ficar a dois pontos dos campeões nacionais.

Para já, a equipa de Sérgio Conceição vira as atenções para a Liga dos Campeões, com o importante embate de terça-feira, frente à AS Roma, na primeira mão dos oitavos de final da competição.

Artigo editado por Filipa Silva