O Festival da Canção apresenta, este ano, algumas novidades. A maior será a diminuição do número de concorrentes. Se em 2018 foram 26 os temas a concurso, este ano, o festival retoma o modelo de 2017, com apenas 16 participantes. Entre eles, 14 participam a convite da RTP, entidade responsável pela organização do concurso. A estes juntam-se dois concorrentes – Filipe Keil e Mariana Bragada – que venceram concursos lançados pela Antena 1.

Mariana Bragada saiu vencedora do programa “Masterclass“, aberto a quem nunca tenha gravado ou editado comercialmente as suas composições. Já Filipe Keil venceu o concurso de livre submissão pública, em que qualquer pessoa do país ou de nacionalidade portuguesa pôde participar.

“Só nos últimos anos é que comecei a ponderar a ideia de poder ir ao festival, mas senti que ainda não tinha a música certa“, conta Filipe Keil ao JPN. Este ano, a vontade de participar  foi “instintiva”, embora sem “qualquer expectativa” de vencer o concurso. Mariana Bragada nunca pôs como um “objetivo definido” chegar à Eurovisão ou ao Festival da Canção, porque “sentia que era algo bastante distante”. Diz estar grata pela oportunidade de ir como compositora: “posso escrever as minhas coisas e posso ser eu completamente”.

Filipe Keil vai concorrer com o tema “Hoje”. “Gostava muito que as pessoas se enamorassem com a música“, afirma. Apesar de não estar “muito focado na competição em si”, é certo que “gostaria de obter um bom lugar na final”. Acima de tudo, espera divertir-se e “passar a mensagem da música”. Quanto à performance da semifinal, o flaviense diz já ter algumas ideias definidas para sábado, mas prefere “deixar um bocadinho a surpresa para a atuação”.

O “Mar Doce” de Mariana é uma canção sobre amor próprio, aceitação e sobre “deixar ir o que não nos pertence“. A jovem de 21 anos, natural de Bragança, define-a quase como “um hino de amor próprio”. As expectativas da compositora não passam por ganhar ou chegar o mais longe possível, mas sim pela “partilha, pelas conexões e pelo crescimento pessoal e musical”.

No geral, Filipe e Mariana mostram-se positivos e confiantes no que toca ao festival. Para Keil, o modelo de seleção dos concorrentes, que foi renovado em 2016, é um “bom balanço entre manter a qualidade do festival e dar espaço a novos artistas”. Já Mariana Bragada considera que o facto de serem dadas duas oportunidades a pessoas “de fora” é muito bom porque “entra sempre alguém diferente”. Ainda assim, considera que porventura, “até podia haver mais vagas“.

As duas semifinais16 e 23 de fevereiro, respetivamente – vão ter lugar nos estúdios da RTP, em Lisboa. A final, à qual chegam oito canções, está agendada para 2 de março, pela primeira vez no Portimão Arena.

Na primeira semifinal competem os temas:

Na segunda semifinal vamos poder ouvir:

Outra das novidades da edição deste ano do Festival da Canção é os temas poderem ser ouvidos antes de serem apresentados nas semifinais. No site da RTP estão disponíveis vídeos das canções que contêm a letra das músicas.

Tal como no ano passado, a RTP voltou a convidar artistas para recuperarem canções do concurso, desde 1960 até hoje, que vão ser apresentadas nas semifinais. Este ano, a tarefa cabe aos Cais Sodré Funk Connection e aos Kumpania Algazarra.

A primeira semifinal vai ser apresentada por Tânia Ribas de Oliveira e Sónia Araújo. Os anfitriões da segunda vão ser Jorge Gabriel e José Carlos Malato. Na final, a cerimónia vai ser conduzida por Filomena Cautela e Vasco Palmeirim.

Em 2018, Portugal esteve representado no Festival Eurovisão da Canção com o tema “O Jardim”, interpretado por Cláudia Pascoal e composto por Isaura. O concurso mundial aconteceu pela primeira vez em Portugal no seguimento de o país se ter sagrado vencedor em 2017, em Kiev, com o tema “Amar pelos dois”, interpretado por Salvador Sobral e composto pela irmã, Luísa Sobral.

A grande final europeia deste ano está marcada para 18 de maio, em Israel.

Artigo editado por Filipa Silva