Cerca de 97% dos jovens portugueses entre os 18 e os 24 anos estão genericamente bem informados relativamente à importância do preservativo, mas mais de 60% assumem ter relações sem o seu uso. Ricardo Fernandes, presidente do Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT), considera que “estes dados mostram que o problema poderá não estar tanto na falta de informação, mas sim na falta de acesso”.
Em 2018, o GAT distribuiu cerca de 1,5 milhões de preservativos (muitos dos quais disponibilizados pela AIDS Healthcare Foundation e pela Direção-Geral da Saúde), mas a organização pede mais preservativos de forma gratuita e sem obstáculos, em locais de fácil acesso.
Numa nota enviada às redações naquele que é o Dia Internacional do Preservativo, o presidente do GAT considera que “apesar dos esforços das autoridades nacionais, os preservativos distribuídos pela Direção-Geral da Saúde continuam a ser amplamente insuficientes e não estão a chegar onde deveriam, como por exemplo às escolas”. O ativista vai mais longe, referindo que “mesmo onde os preservativos existem, há sempre entraves ao seu acesso. Nas escolas, é preciso passar pelo psicólogo, nos centros de saúde, pela consulta de planeamento familiar”.
Relembra, também, que estes constituem a forma mais eficaz de prevenção da infeção do VIH/SIDA e outras infeções sexualmente transmissíveis. Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV/SIDA estima-se que, em todo o mundo, 45 milhões de infeções pelo VIH tenham sido evitadas graças ao uso do preservativo desde 1990. Se se atingir a meta de distribuição global de preservativos até 2020, evitar-se-ão 3,4 milhões de novas infeções.
Para evitar constrangimentos, o GAT considera que “os preservativos deviam estar disponíveis em locais de fácil acesso e sem qualquer obstáculo, como em caixas distribuidoras. É urgente criar um plano nacional de prevenção que indique de que forma será feita a distribuição de preservativos para que estejam disponíveis onde são precisos e sem mais barreiras”.