O Laboratório Colaborativo (CoLab) para a Economia Circular, a funcionar desde dezembro em Oliveira do Hospital, prevê investir 11 milhões de euros nos próximos cinco anos. O valor será canalizado para a investigação e o emprego científico qualificado, estando prevista a criação de 45 postos de trabalho diretos e 60 indiretos.
O CoLab para a Economia Circular está sediado no campus de Tecnologia e Inovação BLC3, em Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra. João Nunes, fundador da BLC3, assume como um dos objetivos “fixar” a estrutura “numa região do interior” para atrair “pessoas jovens e massa crítica” para uma região de menor densidade populacional.
O CoLab para a Economia Circular vai trabalhar principalmente em três áreas: biotecnologia industrial, processos sustentáveis de separação e química verde e ecodesign.
A BLC3, uma associação sem fins lucrativos, é o promotor líder do projeto, que é feito em colaboração com outras empresas, como a Aquitex, Mota Engil, Lipor, Raiz (do grupo Navigator) e Têxtil Manuel Gonçalves. Participam ainda entidades como o Laboratório Nacional de Energia e Geologia e o Instituto de Soldadura e Qualidade. Também as Universidades de Aveiro, Universidade Católica Portuguesa, de Coimbra, do Minho, Nova de Lisboa e do Porto apoiam a unidade de investigação. Além destas parcerias, João Nunes salientou a relação com a Agência Portuguesa do Ambiente.
Os Laboratórios Colaborativos são uma medida do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) que visa apoiar o nascimento e desenvolvimento de associações ou empresas que promovam a cooperação entre o meio académico e o meio empresarial. Manuel Heitor, o ministro da tutela, disse que “os laboratórios colaborativos são feitos para empregar e para estimular o emprego direto e indireto no mercado de trabalho.” O investimento público ronda os 50 milhões de euros.
Existem mais vinte Laboratórios Colaborativos, quatro dos quais vão cooperar com o CoLab para a Economia Circular: o CoLab de Montanha, de Biorefinarias, de Biotecnologia Azul e de Inovação para a Indústria Alimentar.
Como explica João Nunes ao JPN, a economia circular visa “diminuir ao máximo a geração de resíduos, ao que se pode chamar de fluxos de massa, da atividade industrial e da atividade económica”. No panorama atual, “consumimos, geramos resíduos e não valorizamos esses resíduos para a atividade económica”. A economia circular quer contrariar essa tendência.
“Há ainda outra dimensão da economia circular que se propõe a aumentar a eficiência da utilização de recursos primários“, completa o empresário. “Imagine o resíduo do setor da construção: se voltar a ser outra vez matéria prima para o setor, vai diminuir a pressão sobre os recursos primários dessa nova produção”, explicou ainda.
O fundador da BLC3 defende que o “contexto político e científico” europeu suscita o surgimento de empresas ou associações que conjuguem prioridades económicas e prioridades ambientais. “Falando de economia circular, quer os políticos, quer a parte científica estão de acordo que se tem de valorizar de forma diferente os recursos”, concluiu.
Artigo editado por Filipa Silva