“Paula Rego, 1982-2006: Uma Seleção” é o nome da exposição que conta com 60 obras da pintora portuguesa e chega este sábado à Casa-Museu Teixeira Lopes/Galerias Diogo de Macedo. 

Em declarações ao JPN, a curadora da exposição, Catarina Alfaro, confessou que não foi tarefa fácil chegar a este número reduzido de obras, centradas em momentos-chave da carreira da pintora.

As obras estão distribuídas pelas três salas de exposições temporárias das Galerias Diogo de Macedo – uma dedicada aos anos 80, outra aos anos 90 e uma com o tema Peter Pan.

A curadora da exposição conta que, em conjunto com Paula Rego, consideraram que estes seriam os anos fundamentais para perceber da maneira mais completa possível a obra da artista. “A obra é muito variável e ela passa por muitos períodos na sua pintura, mas as pessoas geralmente conhecem mais as obras a pastel”, explica.

Os anos 80 refletem um período de “grande libertação artística, em que ela muda completamente a sua linguagem narrativa”, começa por explicar Catarina Alfaro. A sua obra centra-se, assim, muito em histórias, mas “a maneira de as contar é, muitas vezes, alterada ao longo dos anos”. Porém, a mudança não se fica por aqui e estende-se, também, a questões técnicas. É na década de 80 que há “finalmente um conhecimento da pintura da artista em Londres”, afirma.

Por outro lado, os anos 90 coincidem com um período em que a artista é convidada por um museu londrino, a National Gallery, como artista residente. Paula criou, aqui, obras a partir da coleção daquele museu. “A obra de Paula Rego comunica com a obra de outros artistas”, explana.

Uma terceira sala só com obras inspiradas na história do Peter Pan completa a galeria. “Seria interessante trazer também para a exposição o lado da gravura, o lado em que a Paula Rego consegue desmultiplicar as histórias”, afirma Catarina. Outra razão que justifica a escolha do personagem prende-se com o livro do Peter Pan que a ama inglesa lhe oferecera quando tinha cinco anos.

Ao JPN, a curadora avança que a exposição vai contar ainda com outras obras emprestadas por dois colecionadores particulares. Para Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara de Gaia, “esta exposição vem, uma vez mais, reforçar a imagem de Gaia como pólo cultural de referência e como ‘cidade das artes’”.

A exposição estende-se até 30 de abril e abre ao público este sábado, às 14 horas. Pode ser visitada todos os dias entre as 10h e as 13h e as 14h e as 18h, de segunda a sábado, e entre as 10h e as 13h, de domingo.

Artigo editado por César Castro