Um grupo de alunos portugueses está a preparar uma greve às aulas para dia 15 de março. A iniciativa insere-se no movimento internacional de jovens que protestam pelo clima (#SchoolStrike4Climate) e pretende chamar a atenção do Governo para os problemas relacionados com as alterações climáticas.

Para promover a mensagem, em Portugal foi criada a página “Greve Climática Estudantil” e a hashtag #FazPeloClima nas redes sociais. “Temos também incentivado a organização de palestras para falar do aquecimento global e das alterações climáticas”, começa por explicar ao JPN Bárbara Pereira, coordenadora da greve climática estudantil no Porto.

Deixar de usar as energias não renováveis, apoiar a neutralidade carbónica até 2030 ou a melhoria dos transportes públicos, especialmente, dentro da descarbonização gradual, são alguns dos objetivos da iniciativa que já tem data marcada para acontecer.

No Porto e em Coimbra, está previsto que os estudantes se reúnam pelas 10h30 em frente às respetivas câmaras municipais, enquanto que em Lisboa o “protesto” vai ser no Largo Camões, sendo esperada uma marcha até à Assembleia da República.

O movimento estudantil apresenta-se como um grupo pacífico, determinado, descentralizado e não-partidário e a principal tarefa tem sido atrair e mobilizar estudantes do secundário e das universidades. No entanto, Bárbara adianta que “a greve se aplica a qualquer tipo de estudante desde que as alterações climáticas e o ambiente sejam uma causa com a qual estes se identifiquem”, esclarece.

Inspirados pela adolescente sueca Greta Thunberg, este grupo apela aos estudantes de todo o país a unirem-se por uma causa: o clima.

Inspirados pela adolescente sueca Greta Thunberg, este grupo apela aos estudantes de todo o país a unirem-se por uma causa: o clima. Foto: Facebook "Greve Climática Estudantil"

Por considerarem que os esforços que os governos e as organizações internacionais estão a fazer são mínimos, os jovens ativistas decidiram avançar com a greve, reforçando que a atuação do Governo é fulcral para solucionar esta crise. “Mesmo que toda a gente utilizasse escovas de bambu e que todos virássemos vegetarianos, isso não seria suficiente sem a ação governamental”, acrescenta a aluna do Colégio Internato dos Carvalhos, em Vila Nova de Gaia.

Fortemente influenciados pela adolescente sueca Greta Thunberg, este grupo apela aos estudantes de todo o país a unirem-se por uma causa: o clima. Em agosto do ano passado, a adolescente sueca começou a manifestar-se pelo clima, fazendo greve às aulas e sentando-se, todas as sextas-feiras, à frente do parlamento de Estocolmo com cartazes.

A adolescente foi ainda responsável pelo movimento #SchoolStrike4Climate e #FridaysForFuture, espalhado agora em inúmeros países, como a Alemanha, Bélgica, Suíça e Austrália. Foi igualmente com os discursos que fez na Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP) e no Fórum Económico Mundial, na Suíça, que Thunberg ganhou atenção mediática a nível global e se tornou num símbolo do ativismo ambiental.

Artigo editado por César Castro