A taxa turística do Porto – dois euros por dormida -, implementada a 1 de março do ano passado, está a afastar jovens turistas. É esta a convicção do presidente da Associação de Hostels de Portugal (AHP), José Nuno Guerra, que aponta, em entrevista à Agência Lusa, para o “orçamento controlado e bastante limitado” de quem procura alojamento local como os hostels. Na visão do responsável, a taxa aplicada acaba por afastar os turistas, sobretudo estudantes, para Vila Nova de Gaia, Espinho, Aveiro ou outros municípios vizinhos.

A criação de uma “taxa progressiva e diferenciadora”, que permita que um hotel de cinco estrelas pague uma taxa superior à de um hostel, é a proposta de José Nuno Guerra.

O presidente da AHP defende que uma taxa turística progressiva é “mais razoável” e mais “justa”, principalmente, para quem quer permanecer em hostels – um público mais jovem, que quer fazer o máximo de coisas, e que, por isso, pode ter um orçamento mais apertado.

À Lusa, o responsável diz que a implementação da taxa turística progressiva é uma forma de promover o regresso dos jovens entre os 18 e os 32 anos de idade a Portugal, que é o público com “maior desenvolvimento nos próximos anos”.

Recentemente, a Câmara do Porto anunciou que a autarquia havia angariado 10,4 milhões de euros em 2018 com a taxa turística. O presidente da Associação de Hostels de Portugal prevê que a verba possa aumentar para o dobro no futuro.

A fiscalização da cobrança das taxas compete à câmara municipal, que periodicamente recebe, por parte dos hotéis, uma declaração com informação relativa à sua aplicação.

Artigo editado por Filipa Silva