A Câmara Municipal do Porto (CMP) anunciou, na passada sexta-feira, que vai construir um novo espaço destinado aos amantes do skate. O Parque Desportivo de Ramalde (antigo Inatel), que vai receber o parque de skate será, segundo a autarquia, “inaugurado no decorrer deste ano”, no final do terceiro trimestre.

O novo espaço vai ter cerca de 950 metros quadrados e terá capacidade para receber mais de 50 utilizadores. Para além dos skaters, também os praticantes de BMX ou patins em linha poderão usufruir das infraestruturas.

Segundo o município, o Skate Park será construído em colaboração com vários skaters da cidade e tem como objetivo “alargar e diversificar a oferta desportiva na cidade, dando resposta à crescente procura deste tipo de equipamentos por jovens do concelho do Porto.”

O sonho de um Skate Park indoor

André Pinheiro é skater e costuma percorrer a Invicta sobre rodas. “No Porto andamos mais na street. Costumo andar pela Praça dos Leões, Batalha, Clérigos e Casa da Música. Temos bastantes sítios”, disse em declarações ao JPN.

Questionado sobre a importância da construção de um parque para os skaters, André não se mostra entusiasmado. “É bom, mas o que nós queríamos mesmo era que fosse um Skate Park indoor. Teríamos outra privacidade. Mesmo que chovesse, poderíamos ir skatar e seria uma inovação para a cidade do Porto”, afirma.

André Pinheiro numa competição de skate

André Pinheiro numa competição de skate. Foto: André Pinheiro/DR Foto: André Pinheiro/DR

O sonho de André já é antigo e o jovem portuense luta por ele há muito tempo. “Eu já ando a debater isto há mais de dez anos”, acrescentou.

Uma grande conquista para os skaters

Bernardo Castro também é adepto do skate de rua: “Vivo na Boavista e costumo andar pela Casa da Música e Praça dos Leões. Quando quero ir a um Skate Park, costumo ir ao da Maia”, conta.

O jovem acredita que a construção do parque em Ramalde é uma “enorme conquista” para os skaters da cidade do Porto. “É um ótimo investimento da câmara, que vai motivar o pessoal para ir andar de skate. Vai atrair mais pessoas para o desporto“, disse ao JPN.

Para Bernardo, o novo Skate Park vem colmatar as necessidades da cidade. “Aqui no Porto não tínhamos praticamente nenhum. Temos um perto da estação de metro de Ramalde, mas não tem qualquer tipo de condições para nós. As rampas são mal construídas e o chão é horrível.”

Quanto a um possível espaço fechado, que permita a prática da modalidade durante todo o ano, Bernardo é cauteloso na abordagem. “Realmente nos tempos de chuva não temos nenhum sítio onde andar de skate. Era uma boa medida da câmara, mas não sei se algum dia será possível, visto que é muito dispendioso”, confessa ao JPN.

A importância do Skate Park para os jovens

João Neto diz que a rua é “a essência” deste desporto. Tal como Bernardo e André, a Casa da Música e a Praça dos Leões são alguns dos sítios que costuma frequentar. O Skate Park da Maia é uma alternativa que também lhe agrada.

Sobre a construção do novo Skate Park, João mostra-se satisfeito com a medida da Câmara do Porto. “Finalmente passado muitos anos de reuniões e tentativas para a construção de um Skate Park no Porto, parece que finalmente vai ser construído.”

Ao JPN, João Neto referiu a falta que uma infraestrutura deste género faz à cidade. “Apesar de a essência do skate ser na rua, haver um local onde se concentram todos os obstáculos de rua num espaço perfeito vai permitir que os skaters evoluam mais facilmente. Isto para não falar da parte da competição, porque sem um Skate Park fica difícil ter bons resultados.”

João Neto a skatar com duas crianças

João Neto a skatar com duas crianças. Foto: João Neto/DR

Para João Neto, a importância deste espaço estende-se até aos mais jovens. “Para os mais novos é importante, para terem um local específico para onde ir, que os vai ajudar a conhecer pessoas mais velhas e ensinar o que é o skate“, acrescenta.

A Câmara Municipal de Matosinhos tem reunido com João Neto para debaterem um possível parque indoor. “Duvido que a Câmara do Porto faça mais alguma coisa. Estou em negociações com a Câmara de Matosinhos para isso acontecer. É algo fundamental, porque ninguém gosta de skatar à chuva. Não existe nenhum espaço coberto no norte do país, por isso era importante. Também permite que se dê aulas de skate durante todo o ano, sem problemas”, finaliza.

Artigo editado por César Castro