A Galeria Municipal do Porto vai receber oito exposições em 2019, mais duas do que no ano anterior. O anúncio foi feito esta terça-feira, em conferência de imprensa, nos Jardins do Palácio de Cristal por Rui Moreira. Para além destas mostras, está prevista a “edição de sete livros”, assim como “algumas melhorias no edifício, no qual coabita a Biblioteca Municipal Almeida Garrett, nomeadamente nas áreas comuns”.
A programação anual tem um orçamento previsto de 450 mil euros. A apresentação contou com a presença de Miguel Coutinho, administrador da EDP e mecenas da Galeria, e do curador e diretor artístico Guilherme Blanc.
O programa estreia a 16 de março com dois projetos em simultâneo. Um deles é “Astray”, que surge de uma parceria entre a Galeria e a Kunsthalle Lissabon, com autoria da artista francesa Caroline Mesquita. No mesmo dia é inaugurado “Anuário, uma visão retrospetiva da arte no Porto”. Comissariado por João Ribas, ex-diretor do Museu de Serralves, e por Guilherme Blanc, a exposição “vai medir reflexivamente aquilo que é a produção artística do Porto”, adiantou o também adjunto para a cultura de Rui Moreira.
No dia 8 de junho, a Galeria apresenta mais duas exposições. “De outros espaços” resulta de uma parceria entre o Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT) e a fundação EDP. Em simultâneo, a exposição “Desertado. Algo que aconteceu pode acontecer novamente” é inaugurada. Com curadoria de João Gadanho e João Silvério, o trabalho “reflete a forma como um conjunto de artistas exercitam a questão da espacialidade no debate”, elucidou o diretor artístico da Galeria Municipal.
A 19 de setembro, “Millennials-Design do Novo Milénio” é apresentada, integrada na primeira edição do “Porto Design Biennale”, organizado pela ESAD. A Galeria Municipal associa-se ao projeto para se focar nos processos de trabalho dos “designers millennials”, nascidos nas décadas de 1980 e 1990, propondo-se refletir sobre o que os caracteriza e diferencia.
Entre 25 de outubro e 17 de novembro é possível ver a exposição “Estar vivo é o contrário de estar morto” comissariada por Guilherme Blanc e Luísa Saraiva. O trabalho sugere uma reflexão sobre a “urgência de questionarmos o corpo enquanto agente de extermínio e em simultâneo de salvação do equilíbrio terrestre”, clarificou Blanc.
Expo’98 fecha o programa e vai premiar artistas da cidade
A fechar o programa, dia 7 de dezembro, surgem duas exposições. A primeira, “9 kg de oxigénio”, resulta de um desafio da Galeria Municipal ao projeto “Uma certa falta de coerência”, que foi convidado a desenvolver um exercício que partisse da problemática da relação entre a prática curatorial independente e o contexto expositivo institucional.
A segunda será o resultado do concurso “EXPO’98 no Porto” que vai atribuir duas bolsas para a realização de exposições na Galeria Municipal do Porto entre 2019 e 2020, no valor de 34 mil euros e de 64 mil euros, respetivamente. O concurso tem como objetivo “abrir o espetro programático do projeto da Galeria a curadores e artistas da cidade do Porto”, esclareceu o adjunto de Rui Moreira.
As “condições singulares” da Galeria Municipal
Rui Moreira fez questão de elogiar o “ritmo bastante acelerado” de crescimento da Galeria Municipal. De acordo com o presidente da câmara do Porto, em 2018, existiu um “aumento de público de aproximadamente 25 mil pessoas, num total de visitantes de 115 mil”, o que considerou “muito positivo”.
O autarca referiu que a Galeria deve “pautar a sua atividade” investindo em “projetos curatoriais que partem da investigação em diversas áreas contemporâneas” e com “investimento no desenvolvimento de novas práticas artísticas” em condições “que são singulares no contexto nacional”.
Artigo editado por César Castro