Com o mote “Natural Intelligence, What AI still can’t do?” (Inteligência Natural, o que é que a Inteligência Artificial ainda não consegue fazer?), o Vivarium Festival arranca no final de março com uma programação que envolve música, performance, dança interativa, artes visuais, new media e pensamento.

Segundo a diretora artística Marianne Baillott, o objetivo é “focar na inteligência natural porque estamos numa época em que se especula intensamente sobre as capacidades das inteligências artificiais criarem”.

A programação divide-se em quatro grupos: Artes Visuais, Música e Clubbing, Performance e Pensamento e Workshops. Com base na ideia “memórias vivas e página branca”, para celebrar os 18 anos que o Maus Hábitos celebra no último dia do festival, o Vivarium recebe o Arquivo Mau(s). O projeto visa “reconstituir as memórias do espaço cultural e, ao mesmo tempo, criar novas imagens inéditas”.  A exposição ganha aqui o formato de vídeo-instalações, tornando-se num “arquivo vivo”.

A esta junta-se a exposição “Picture Generation” que mostra, segundo o fotógrafo Daniel Pires, “todos os nossos amigos ligados à cultura a envelhecer”. Também a mostra “Mala Noche”, de Antoine D’AGATA, se junta à programação do festival.

Da Performance ao Pensamento

A secção de Performance do Vivarium conta com o trabalho “Nun on the Moon” de Dasniya Sommer. Aqui, a artista foca-se no erotismo com o objetivo de “abrir outras perceções do eu.”

Fazendo o uso de cordas, e numa alusão à ideia de Nietzsche, Sommer procura experimentar a mutação do corpo através da restrição. Outras performances, como Velvet Carpet de Pedro Prazeres ou Iwa-Kagami de Yoko Kominami, fazem também parte da programação do festival.

Também a música integra o alinhamento do festival, com concertos de artistas como Ricardo Dias, Stereoboy ou Tim Hecker. Para celebrar o aniversário do Maus Hábitos, todas as festas emblemáticas da casa (como a Groove Ball ou a Beyoncé Fest) se vão juntar no último dia.

Os debates e workshops fecham a lista de atividades do festival, com uma lista de oradores e momentos destinados apenas à discussão das problemáticas relacionadas com a Inteligência Artificial.

No programa, que conta com três momentos distintos de debate, destaca-se a conferência de filosofia “Criar conceitos – seguir regras: Um diálogo improvável entre Deleuze e Wittgenstein”. Com profissionais de diferentes áreas e países presentes no painel do evento, a conferência tenciona focar-se nas fronteiras entre o vivo e o artificial.

Marianne Baillott acredita que a edição de 2019 vai ter uma boa adesão e reconhece o crescimento do Vivarium. “Estamos a construir coisas passos por passos, mas esta edição está muito mais desenvolvida. Há quase 50 artistas, 30 propostas artísticas. Estamos a sair das portas também e estamos há espera de mais pessoas em cada dia”, conta ao JPN.

Contrariamente à primeira edição, em 2018, as atividades vão ser distribuídas por vários sítios, não ficando apenas no Maus Hábitos. O Cinema Passos Manuel, o Ateneu Comercial e a Reitoria da Universidade do Porto são as três novas adições ao programa do festival.

O evento arranca no dia 28 de março e a programação completa pode ser consultada no site do festival.

Artigo editado por César Castro