No final de uma noite europeia intensa e sofrida, o FC Porto emergiu como a equipa apurada para os quartos de final da Liga dos Campeões. A eliminatória contra a AS Roma só se resolveu na segunda parte do prolongamento, com um golo de Alex Telles, que espoletou, de penálti, a euforia portista.

Na primeira mão, a Roma tinha recebido e vencido o Porto, por 2-1. Os dragões estavam obrigados a marcar para manter vivo o sonho europeu. Ambas as equipas entraram no jogo vindas de derrotas nos respetivos campeonatos.

O melhor e o pior

A vontade do Porto em marcar foi notória desde o início. Logo aos três minutos, Jesús Corona rematou à entrada da área com a bola a sair ligeiramente por cima da barra. O mexicano assistiria Alex Telles, aos 10 minutos, para um remate à malha lateral. Mais à frente, Corona voltou a rematar um pouco ao lado da baliza da Roma.

Aos 26 minutos, surgiu o golo. Marega recuperou no último terço do terreno, Corona seguiu com a jogada até à grande área italiana, devolveu ao maliano que cruzou rasteiro para o centro. Tiquinho Soares teve só de encostar a bola para a baliza e fazer o primeiro golo do marcador. O Porto passava para a frente na eliminatória.


No entanto, dez minutos depois, o conjunto azul e branco deitou a liderança a perder. Éder Militão cometeu uma falta despropositada na grande área portista e o árbitro assinalou grande penalidade. Da marca dos 11 metros, De Rossi não falhou e empatou a partida.

O FC Porto foi capaz do melhor e do pior na primeira metade do jogo e isso traduziu-se num empate a uma bola, no regresso aos balneários para intervalo.

Um olho na vitória, outro no prolongamento

Na segunda parte, os dragões tiveram uma entrada fulminante. Aos 50 minutos, Éder Militão cruzou, a partir da ala direita, para cabeceamento de Soares. A bola saltou na relva e passou por cima do poste da baliza romana.

O minuto seguinte contou com nova oportunidade. Uma recuperação de bola permitiu a Herrera lançar Soares no contra-ataque com o brasileiro a entregar a Marega. O número 11 portista rematou cruzado e rasteiro, obrigando Robin Olsen a uma defesa com a ponta dos dedos.

À terceira foi de vez e, aos 52 minutos, o FC Porto chegou ao segundo golo da partida. Jesús Corona recuperou uma bola na ala esquerda, fintou o jogador da Roma que o pressionava e cruzou em arco para Marega encostar a bola na baliza, ao segundo poste. Tudo empatado na eliminatória.


O jogo prosseguiu com a equipa da casa a tentar chegar ao golo do apuramento e a formação italiana a apontar para o prolongamento. O conservadorismo defensivo da Roma deu alguns frutos e o FC Porto não foi capaz de criar muitas oportunidades flagrantes.

Brahimi aos 77 minutos e Otávio, aos 83, obrigaram o guarda-redes da Roma a duas boas defesas. Do lado dos visitantes, um erro clamoroso de Pepe deu a Perotti uma rara oportunidade para marcar, mas o italiano falhou. O jogo teve mesmo de ir além do tempo regulamentar.

A onze metros da glória

A primeira metade do prolongamento não teve grande história. O FC Porto continuou a ter a iniciativa do jogo e ainda assustou com um remate de Marega, aos 94 minutos.

Nos derradeiros 15 minutos da partida, o jogo ficou impróprio para cardíacos. Edin Dzeko passou por Felipe no lado esquerdo da grande área portista e atirou por cima. Um minuto depois, Cristante isolou Dzeko na cara de Casillas, o bósnio picou a bola por cima do guarda-redes portista, mas Pepe impediu, no limite, o esférico de pingar para dentro da baliza azul e branca.

A resistência dos dragões à pressão da Roma foi recompensada. Aos 116 minutos, Fernando Andrade sofreu um puxão da camisola e caiu na área. Depois de consultar o videoárbitro, o juiz da partida assinalou penálti para a equipa da casa. Da marca dos onze metros, Alex Telles enviou a bola para dentro da baliza e causou uma explosão de euforia no estádio.

Ainda houve tempo para a Roma assustar e pedir também o castigo máximo na área portista, mas de nada valeu a reclamação. O árbitro apitou pela última vez e confirmou o apuramento do FC Porto para os quartos de final da Liga dos Campeões.

O jogo “fantástico” do FC Porto

A conferência de imprensa de Sérgio Conceição foi atípica. O técnico portista respondeu apenas a uma pergunta dos jornalistas.

O treinador dos dragões teceu elogios aos jogadores que “estão de parabéns”. Apontou a consistência da exibição como algo “muito importante” para obter a vitória. “Foi um jogo fantástico da minha equipa”, considerou.

Sérgio Conceição abandonou, de seguida, a sala. Mais tarde, fonte oficial do FC Porto esclareceu que a perda de um familiar do treinador motivou a decisão.

O técnico da Roma, Eusebio Di Francesco, não prestou declarações, sem qualquer justificação.

O FC Porto volta a competir, no próximo domingo, em casa do Feirense, em partida a contar para a Liga NOS. O sorteio dos quartos de final da Liga dos Campeões está marcado para dia 15 de março, em Nyon, na Suíça.

Artigo editado por Filipa Silva