O Consórcio Europeu de Universidades Inovadoras (ECIU, sigla em ingês) é fruto da união de 13 universidades europeias que pretendem criar uma Universidade Europeia, uma instituição de ensino superior, que visa dar resposta aos novos desafios da indústria.

A Universidade de Aveiro (UA) é a única instituição portuguesa a participar do projeto, que já conta com a parceria de empresas de peso, como a Airbus, Cisco e Intel.

Em entrevista ao JPN, Artur Silva, vice-reitor da Universidade de Aveiro, explica que o motivo principal da universidade participar do consórcio se deve ao facto de ser “uma das universidades fundadoras do ECIU“.

“Mas a Universidade de Aveiro intervém aqui como uma universidade inovadora, em termos da sua forma de ser, do seu caráter matricial, que lhe dá alguma flexibilidade relativamente às outras”, salienta.

Com o intuito de construir uma instituição multidisciplinar, o responsável para as áreas da Investigação e Inovação da UA, aponta que a inovação da Universidade Europeia assenta-se na conjugação de formações “que desenvolvam as ciências puras com as ciências sociais, ou até com as engenharias”.

“Pretendemos estar dentro das mesmas disciplinas, mas também algo que vá para além disso. O caráter transdisciplinar será muito importante na Universidade Europeia”, completa.

O objetivo principal passa por “ter desafios vindo das empresas e da comunidade“, e então estimular o aluno a buscar soluções para estas questões. “E, nesse aspeto, pode ser desde a indústria do automóvel, como a aerospacial, a indústria química. Qualquer uma delas”, reitera Artur Silva.

Segundo o também diretor do programa doutoral em química sustentável da UA, a união da formação académica com as exigências da indústria, é um dos aspetos mais inovadores da Universidade Europeia.

“Vamos ter formações em que diferentes universidades contribuem, com obtenção de grau no fim, mas também outras em que o aluno pode não obter um grau, sendo aquilo que chamamos de passaporte científico. Porque algumas empresas atualmente já não estão a olhar só para a formação. O que lhes interessa é ver as competências“, argumenta.

Se for financiado pela União Europeia, o projeto da Universidade Europeia terá inicio em novembro. A primeira fase de elaboração terá a duração de três anos, durante os quais o conceito será desenvolvido.

Segundo a Comissão Europeia, o objetivo é construir, pelo menos, vinte universidades europeias até 2024, no contexto do Espaço Europeu da Educação.

O primeiro convite à apresentação de propostas no âmbito da Iniciativa Universidades Europeias resultou na candidatura de 54 alianças académicas, envolvendo mais de 300 instituições de ensino superior de todos os Estados-Membros da União Europeia.

Artigo editado por Filipa Silva