O Futebol Clube do Porto levou a melhor sobre o Marítimo, este sábado, no Estádio do Dragão, com uma vitória por 3-0. Uma expulsão aos oito minutos e as alterações de Sérgio Conceição ajudaram os azuis e brancos a chegar à liderança provisória da Primeira Liga.

O FC Porto chegou a esta partida no segundo lugar do campeonato, com os mesmos pontos do líder SL Benfica. A equipa de Sérgio Conceição entrou em campo com o mesmo onze das últimas duas partidas. Militão voltou a entrar de início à direita, assim como Corona e Otávio se mantiveram nas alas, relegando Brahimi para o banco.

O Marítimo vinha de uma vitória frente ao Moreirense e apareceu no 11º lugar da tabela classificativa. Petit fez cinco alterações no onze inicial: saíram Zainadine Júnior, Rúben Ferreira, Edgar Costa, Josip Vukovic e Joel Tagueu e entraram Getterson, Lucas Áfrico, João Gamboa, Fábio China e Fabrício Baiano.

Expulsão nos insulares logo a abrir

Os dragões entraram a todo o gás e, logo aos quatro minutos, o árbitro João Capela apitou grande penalidade, por mão na bola de Nanú. O juiz da partida foi verificar o lance com a ajuda do videoárbitro e anulou a decisão. Pouco depois nova decisão complicada de João Capela. Alex Telles lançou rápido a tentar isolar Marega. Lucas Áfrico travou o maliano e acabou amarelado, levando Capela de novo ao VAR. Nova decisão revogada e Lucas Áfrico acabou expulso da partida, com 82 minutos por jogar.

Petit mexeu na equipa com os jogadores que tinha em campo e recuou Renê Santos para o centro da defesa. Aos 14 minutos, Corona descobriu Marega. O maliano tirou Renê do caminho e cruzou, mas Soares não aproveitou, devido a um corte de Fábio China. Pouco depois foi Alex Telles a ganhar a linha para cruzar, mas Marega cabeceou fraco para as mãos de Charles.

Por esta altura, o Marítimo descia cada vez mais no terreno e nem sequer conseguia tirar a bola do momento defensivo. O FC Porto estava como queria no jogo e só faltava o golo que já se começava a adivinhar.

Esse golo podia ter aparecido dos pés de Marega. Aos 24 minutos, Otávio descobriu-o sozinho na área, mas o melhor marcador dos dragões não conseguiu dar o melhor seguimento ao lance e a bola saiu às malhas laterais, apesar de se ter gritado golo no estádio.

Aos 29 minutos, Militão volta a descobrir Marega (quem mais podia ser), mas Charles tirou o golo ao avançado portista. Aos 35, Soares tentou isolar Marega, Charles tirou a bola e Corona encheu o pé do meio-campo, mas a bola saiu muito ao lado.

Já em tempo de compensação, Corona cruzou da direita e Marega cabeceou para uma grande defesa do guarda redes brasileiro do Marítimo. Já para lá da hora dada por João Capela, Corona bateu o canto, a bola sobrou para o segundo poste onde Herrera acertou em cheio na barra. No seguimento, o mesmo Herrera cruzou para Danilo que marcou, mas o lance foi anulado por fora de jogo do internacional português.

João Capela apitou para o intervalo logo a seguir. A expulsão logo no início da partida tirou muito do protagonismo ofensivo que o Marítimo poderia ter. Ainda assim, a equipa insular foi anulando as investidas dos dragões. Marega foi o elemento mais irrequieto na ofensiva portista, mas ou era bem acompanhado pelos defesas madeirenses ou falhava no momento da finalização.

Finalmente chegou a concretização

Para o segundo tempo, Sérgio Conceição e Petit trouxeram uma novidade cada um. Wilson Manafá entrou para o lugar de Pepe e Jean Cléber substituiu o lesionado Renê Santos. Militão passou a jogar no centro da defesa e Manafá foi para o corredor direito. No Marítimo nada mudou, porque manteve duas linhas de quatro homens muito recuadas.

Pouco depois do recomeço, os homens da casa reclamaram grande penalidade. Manafá cruzou da linha e Soares rematou à queima-roupa, mas a bola pareceu desviada do golo pelo braço de Gamboa. João Capela voltou ao VAR e deu o penálti aos azuis e brancos. Alex Telles da marca dos onze metros não vacilou e pôs o FC Porto em vantagem, ao minuto 57. Charles deve ter visto o remate do jogador portista frente à Roma e atirou-se para esse lado, mas a bola saiu para o outro.

Pouco depois, mais uma arrancada de Manafá, mas o cruzamento resultou numa confusão dentro da área que deu canto. Na sequência do lance, a bola sobrou para um remate violento de Alex Telles, mas Charles resolveu bem.

Corona e Manafá estavam a ter um bom entendimento na ala direita e conseguiram, por várias vezes, criar perigo junto da baliza maratimista. O Marítimo, mesmo em desvantagem, não conseguia chegar à baliza de Iker Casillas que foi um espectador com lugar privilegiado no campo.

Outra vez pelo lado direito, mas desta vez foi Marega quem apareceu lá para cruzar rasteiro. Charles sacudiu para zona perigosa, mas Otávio não conseguiu chegar a tempo da emenda.

Aos 70 minutos chegava a segunda alteração de Sérgio Coneceição. Saiu Otávio para entrar Yacine Brahimi.

Aos 72, chegou também o segundo golo dos dragões. Alex Telles bateu o canto e Éder Militão cabeceou para o fundo da baliza. Marega ainda tentou intervir no lance e os jogadores do Marítimo pediram fora de jogo. O árbitro, depois de consultar o videoárbitro, não deu razão aos protestos e confirmou o 2-0 dos azuis e brancos.

Durante os festejos do golo, Petit retirou de campo Barrera e mandou entrar Rodrigo Pinho. Ao mínuto 76, Sérgio Conceição fez a última alteração, ao pôr Óliver Torres no lugar de Herrera.

Aos 83 minutos, novo golo anulado a Danilo. Corona cruzou e o médio português cabeceou para o fundo das redes, mas estava em posição irregular. Logo a seguir foi Marega a servir Soares, mas o brasileiro acertou no poste.

No minuto 88 do jogo, chegou o terceiro do FC Porto. Óliver recuperou a bola no meio-campo adversário, deu para Corona que assistiu Brahimi. O argelino tirou um homem da frente e fez o golo.

O jogo chegou ao fim com uma vitória clara do FC Porto. A expulsão de Lucas Áfrico logo a abrir o jogo facilitou a vida aos dragões que não conseguiram concretizar durante a primeira parte. Na segunda, Sérgio Conceição trouxe a velocidade de Manafá que desequilibrou a defensiva insular e a grande penalidade de Alex Telles escancarou a fechadura da baliza de Charles.

Jogos vão ganhando “outro peso”

Na conferência de imprensa, Sérgio Conceição considerou que a expulsão de Lucas Áfrico não facilitou o jogo ao FC Porto porque “as equipas quando ficam com menos um jogador, tendem a ter mais entreajuda”. O técnico confessou que na primeira parte os dragões “tiveram pouca velocidade na circulação” da bola e que “a entrada de Manafá foi importante“.

“À medida que o campeonato vai chegando ao fim, os jogos ganham outro peso“, revelou o treinador portista. Sérgio Conceição disse que “todos ficaram felizes”com a chamada de Alex Telles à seleção brasileira.

Petit disse que “o jogo ficou definido aos 8 minutos“, aludindo ao lance que deu a expulsão de Lucas Áfrico. O téncico maritimista realçou a “coesão defensiva da equipa na primeira parte”. Questionado sobre a equipa de arbitragem, Petit afirmou que “foi a pior equipa em campo” e que “o árbitro parou muitas vezes o jogo”. Por fim, deu os parabéns ao FC Porto.

O Futebol Clube do Porto volta assim à liderança provisória da tabela classificativa e fica à espera do resultado do jogo entre o Moreirense e o Benfica, este domingo, a partir das 17h30. A equipa azul e branca volta à competição depois da pausa para os encontros internacionais para jogar frente ao SC Braga, na Pedreira, para a 27ª jornada da liga. O encontro está agendado para 29 de março.

Artigo editado por Filipa Silva