Éder Militão foi oficializado na passada quinta-feira como o primeiro reforço do Real Madrid para a temporada 2019/20. O jovem defesa, que chegou ao Futebol Clube do Porto no início desta época proveniente do São Paulo Futebol Clube (São Paulo FC), destacou-se na primeira metade da temporada, quando fazia dupla com Felipe na defesa portista. O JPN falou com Pedro Smania, coordenador técnico do seu clube de formação.
São Paulo, o clube de toda a formação
Nos últimos jogos, o defesa brasileiro tem sido colocado no lado direito da defesa da equipa de Sérgio Conceição. No entanto, se recuarmos no tempo constatamos que, na Série A brasileira, o internacional canarinho destacou-se nessa mesma posição.
Pedro Smania disse ao JPN que Éder Militão “tem vigor físico, técnica e entendimento de jogo”, para explicar a mudança de posição. O coordenador técnico das categorias de base do São Paulo Futebol Clube refere que, desde os escalões jovens, que Militão “era polivalente” e que de origem “sempre foi zagueiro [defesa central]”, mas que era utilizado “na maioria das vezes” como médio-defensivo.
Durante a formação, o jovem defesa do FC Porto sempre se revelou um dos melhores. “Desde as categorias inferiores, Militão mostrava ser diferente. Criamos um protocolo de avaliação de atletas e, em todas avaliações, Éder Militão despontava como atleta de elite em potencial, classe A“, explica Pedro Smania.
“Tranquilo” e “sempre atento às regras”
Sobre a sua forma de viver a vida, o responsável do São Paulo adianta que Éder Militão era “uma pessoa tranquila” e “sempre atento às regras internas do clube”. Segundo Pedro Smania, o defesa nunca foi nada que fosse “fora dos padrões para meninos da formação” e acrescentou que sempre “se mostrou maduro”.
Os 50 milhões de euros que o Real Madrid vai pagar por Éder Militão faz dele o quarto defesa mais caro da história do futebol. Rui Malheiro, comentador desportivo, reitera que a assimilação da posição no centro da defesa contribuiu para este valor. “Se olharmos para aquilo que é em termos de mercado a cotação de um defesa central e de um lateral direito, vemos a diferença”, disse o analista, que dá dois exemplos bem conhecidos dos azuis e brancos. “Por exemplo, o Danilo [atualmente defesa do Manchester City] não creio que tenha valido mais de 30 milhões de euros, mesmo o Paulo Ferreira foi 20 milhões”.
A valorização também terá passado pela idade e pelas qualidades do jogador, porque, segundo o comentador, Éder “alia a dimensão física à dimensão tática, técnica e mental” e jogou na Liga dos Campeões com sucesso.
Além destas, Rui Malheiro assume que há uma característica para a qual é importante olhar. “Há um ponto que é extremamente importante, sobretudo quando se pensa numa equipa grande que é o facto de ser um central extremamente rápido, porque normalmente uma equipa grande quer ser protagonista e joga muitas vezes no meio campo adversário. Sendo um central rápido, permite ter um maior e melhor controlo da profundidade”, explica.
Percurso invejável
Num ano, Éder Militão saiu do seu país natal para rumar ao Futebol Clube do Porto. Foi ainda eleito, de forma consecutiva, melhor defesa da Liga NOS, entre setembro e janeiro, e chegou (pelo menos) aos quartos de final da Liga dos Campeões.
Além disso, já se estreou na seleção brasileira comandada por Tite. O coordenador técnico das categorias de base do São Paulo diz que o internacional brasileiro “se vai adaptar com facilidade”, por causa do “processo de formação que passou no Centro de Formação de Atletas” do São Paulo.
Éder Militão vai ficar no Futebol Clube do Porto até ao final da época. Na próxima temporada vai dar o salto até Madrid, para ser treinado por Zinedine Zidane e jogar ao lado de alguns dos maiores astros do futebol mundial.
Artigo editado por César Castro