A greve marcada para esta quinta-feira encerrou 12 sedes de agrupamentos no Porto e Vila Nova de Gaia, num total de 300 escolas fechadas por falta de condições. Só na zona Norte, 47 agrupamentos encerraram portas.

Orlando Gonçalves, coordenador do Sindicato de Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte (STFPSN), admitiu ser cedo para uma contabilização oficial da situação, especialmente nas escolas primárias onde o número de alunos varia bastante.

Estima-se, no entanto, que mais de 20 mil alunos foram afetados pela paralisação na Área Metropolitana do Porto, uma vez que grande parte das escolas EB1 fecharam.

No segundo e terceiro ciclo e secundário, o sindicato calcula que cerca de 40 mil alunos não tiveram aulas esta quinta-feira em cinco distritos a norte do país – Porto, Viana do Castelo, Bragança, Vila Real e Vila Nova de Gaia. Só neste último, o coordenador do Sindicato adiantou estarem “quase todas as escolas encerradas”.

Gaia é o distrito do país com maior carência de trabalhadores não docentes nas escolas e, por isso, era “previsível” o encerramento em grande escala. “Os estabelecimentos já têm dificuldade em manter as escolas abertas durante o ano. Num dia de greve basta que meia dúzia faça greve para não haver condições”, completou Orlando Gonçalves.

Para esta sexta-feira está marcado um segundo dia de paralisação. O sindicalista prevê que haja uma maior adesão do que no dia anterior. “Estamos a falar, na sua maioria, de assistentes operacionais, que têm salários na ordem dos 600 euros. Perder dois dias de salário no mesmo mês torna-se complicado. Por isso, no dia de amanhã vão estar muito mais escolas fechadas”, afirmou o coordenador do STFPSN.

A necessidade de mais contratações é também denunciada pela Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP). Um inquérito levado a cabo pela ANDAEP concluiu que há mais de 4500 funcionários em falta nas escolas públicas portuguesas.

A contratação de pessoal não docente, aumentos salariais, integração nos quadros e a criação de uma carreira específica são algumas exigências da paralisação de dois dias convocada pela Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais.

Entretanto, a secretária de Estado da Educação, Alexandra Leitão, fez saber que vai abrir esta sexta-feira um concurso para contratar mil novos funcionários não docentes para as escolas.

Artigo editado por César Castro