A prova de conhecimento e a avaliação psicológica a que vão ser submetidos os funcionários das escolas está a atrasar o processo de contratação de pessoal não docente. O procedimento é “legal”, mas “muito demoroso, burocrático e pouco ágil”, afirma Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) ao JPN.

O presidente da ANDAEP confirma que a conclusão do processo de contratação de funcionários “estará concluído na maior parte das escolas no próximo ano letivo”. A necessidade de mais auxiliares nas escolas públicas é uma dificuldade vivida “há muitos anos” e que, por essa razão, “se pedia maior celeridade neste processo“, explica Filinto Lima.

A Ordem dos Psicólogos já fez saber que se opõem a esta avaliação psicológica, uma vez que os psicólogos escolares não teriam condições para realizar a avaliação. No entanto, o presidente da ANDAEP assume que os diretores “irão fazer de tudo para disponibilizar instrumentos de trabalho” a estes profissionais para realizarem as avaliações.

De acordo com um inquérito da ANDAEP, estão em falta nas escolas mais de 4500 funcionários, sendo que “há escolas que vão receber centenas de candidaturas (…) que vão agravar mais a máquina processual”. Filinto Lima esclarece que as 1067 vagas que o Governo deu às escolas e que estão por  preencher “são muito importantes para as pessoas que concorrem”, uma vez que pertencem ao quadro do Estado.

Os diretores da ANDAEP consideram a criação da bolsa de recrutamento como positiva “porque sabemos que 10% dos funcionários das escolas estão em casa doentes há mais de um mês”, afirma o representante dos diretores. O objetivo é a escola não ficar prejudicada com a ausência de um funcionário, enquanto “é substituído por outro enquanto durar o atestado médico”, diz.

Filinto Lima remata que a fragilidade da falta de funcionários nas escolas públicas “não é um problema deste Ministério, nem é deste Governo”, mas sim “um problema que se perpetua no sistema educativo nacional“.

Artigo editado por César Castro