Ainda não há concordância no Parlamento britânico: o documento de 585 páginas, resultado das negociações entre a primeira-ministra britânica Theresa May e a União Europeia, volta esta sexta-feira a ser votado pelos deputados, às 14h30.

Na votação não consta a declaração política sobre as relações futuras entre Londres e Bruxelas. Só desta forma May conseguiu avançar com a proposta inicial para votação, depois de John Bercow, presidente da Câmara dos Comuns, avisar que só a aprovaria em caso de “alterações substanciais” ao documento.

A prorrogação do Brexit até 22 de maio só será aceite pela União Europeia (UE) caso o Acordo de Saída seja aprovado esta semana. Theresa May, perante a possibilidade de um novo chumbo, já prometeu a sua demissão caso aprovem a sua proposta.

Mas o apoio à primeira-ministra britânica não é garantido: ainda que muitos deputados do seu partido tenham mudado de posição e apoiem agora o seu acordo, os deputados trabalhistas já disseram que vão votar contra. Espera-se o mesmo também dos irlandeses do Partido Unionista Democrático (DUP).

Na eventualidade de uma nova derrota, o Parlamento tem até dia 12 de abril (data limite para indicar se vão ser apresentados candidatos às eleições europeias) para indicar o caminho que os britânicos querem seguir. O cenário de uma saída sem acordo ganha força, mas os deputados têm três opções para a evitar:

  • A aprovação do acordo atual antes de dia 12, com novo pedido de extensão do Brexit a Bruxelas;
  • O pedido de um adiamento do prazo de saída que permita a participação nas eleições para o Parlamento Europeu em maio;
  • A revogação do artigo 50.º, pondo fim ao Brexit.

O acordo e a declaração política para o futuro das relações entre o Reino Unido e a UE, que não vai agora a votação, foram chumbados a 12 de março com 391 votos contra e 242 a favor.

Artigo editado por César Castro