Nas três torres que permanecem de pé no Aleixo só restam 11 famílias e, na primeira semana de maio, o bairro deverá ficar vazio. A garantia foi dada pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, que em março tinha admitido ter falhado o prazo para os realojamentos.
O autarca confirmou, esta terça-feira, que o processo está quase terminado e que a autarquia já escolheu como vai demolir as torres. Estas serão “desmontadas” ao contrário das duas primeiras, que foram implodidas.
“Ao Fundo [Imobiliário, criado para demolir o bairro do Aleixo] solicitámos já que preparasse a demolição das torres, mas não faremos implosão. Vamos desmontar as torres, o que demorará seis meses, mas é melhor em termos financeiros e ambientais“, revelou Rui Moreira, na reunião pública camarária. O único inconveniente é a estratégia implicar “mais tempo” para ficar concluída.
A Invesurb, Fundo Especial de Investimento Imobiliário Fechado criado em 2010 para gerir o projeto do Bairro do Aleixo tem como obrigação a criação de uma bolsa de casas na cidade em troca dos terrenos. No entanto em março, o fundo imobiliário tinha entregue à Câmara do Porto apenas dois dos cinco projetos de habitação social (as casas nas Ruas Mouzinho da Silveira e das Musas).
Quanto aos outros três projetos, o prédio da Travessa de Salgueiros ainda está em construção e o processo das Eirinhas, cujo projeto inicial foi alterado, tem o licenciamento concluído e prepara-se para avançar em breve. “A única coisa que falta é o Bairro do Leal”, anunciou Moreira.
A entidade gestora da Invesurb (FundBox), em resposta à Lusa, revelou que ainda não está definida uma data para a demolição das três torres do Bairro do Aleixo. Contudo a “FundBox está em condições de avançar com a empreitada tão prontamente quanto a Câmara Municipal do Porto liberte as torres de moradores”.
O atual autarca defendeu que as três torres se manteriam até que o fundo imobiliário concluísse as casas para realojar todos os moradores. Mas a degradação progressiva e profunda das três torres do Aleixo fez com que o presidente da Câmara anunciasse, em setembro de 2018, que todos os moradores do bairro iam ser realojados no prazo de seis meses. Na altura, viviam 270 famílias no conjunto edificado. Alguns moradores terão sido transferidos para as casas de Mouzinho da Silveira e das Musas, mas os inquilinos municipais estão sobretudo a ocupar outros bairros da cidade.
A reurbanização dos terrenos do Bairro do Aleixo prevê a construção de sete blocos de habitação de luxo com quatro a cinco pisos no lugar do degradado bairro camarário, tal como de um edifício comercial de proximidade.
A torre 5 do Bairro do Aleixo foi a primeira a ser demolida pela autarquia, em 2011, seguindo-se a torre 4, em 2013.
Artigo editado por Filipa Silva