Por entre o dilema de um extensão curta ou longa do prazo da saída do Reino Unido da comunidade europeia, os líderes dos 27 outros estados da União Europeia acertaram o adiamento para 31 de outubro.

O consentimento chegou depois de quatro horas de discussão, onde também foi decidido que vai existir uma “revisão intercalar”, isto é, a comunidade europeia vai verificar em que ponto está a situação política britânica para a ratificação do acordo de saída em Westminster.

Theresa May, primeira-ministra britânica, aceitou a proposta europeia, apesar de inicialmente ter pedido um prazo mais curto (até 30 de junho), até porque a única alternativa seria a saída do Reino Unido, nesta sexta-feira, sem acordo. “O nosso dever como políticos é encontrar uma forma de cumprir a decisão democrática tomada no referendo, concretizar o ‘Brexit’ e seguir em frente. Não há nada tão vital”, afirmou May.

Adepto da extensão longa do Brexit, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, admitiu que a extensão “é tão flexível como previa”, mas é “mais curta do que estava à espera”. Contudo, o polaco pediu aos britânicos para “não desperdiçarem este tempo”, considerando que o adiamento é suficiente para “encontrar a melhor solução possível”.

Também Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, defendeu a decisão. “O que é absolutamente essencial é evitar a todo o custo uma saída desordenada”, afirmou o luxemburguês.

Assim, o Reino Unido vai ter que participar nas eleições para o Parlamento Europeu, em maio, mas, caso se confirme a saída até à nova data definida, os deputados britânicos já não terão poder de voto na escolha do chefe do próximo executivo comunitário. Apesar disso, os eurodeputados britânicos podem vir a alterar o equilíbrio de forças entre os principais grupos políticos europeus.

Artigo editado por César Castro