Num Dragão eufórico, e apesar de uma grande primeira parte, o FC Porto perdeu, esta quarta-feira à noite, a oportunidade de se apurar para as meias-finais da Liga dos Campeões. Os dragões deixaram-se bater pelo Liverpool, que levou a melhor por 4-1, dando por terminado o caminho da equipa portuguesa na liga milionária.

Com o apuramento na mira, Sérgio Conceição e Jürgen Klopp fizeram mudanças no onze da primeira mão. Pelos reds, Origi tomou o lugar de Firmino na frente de ataque. Já o comandante dos dragões fez saltar para o onze Pepe, Herrera e Brahimi, que ocuparam as posições de Maxi, Óliver e Soares.

Primeira parte em grande estilo

O FC Porto entrou com uma atitude pressionante e construiu várias oportunidades de golo pelos pés de Brahimi e Marega. A primeira oportunidade flagrante surgiu ao minuto 11, na sequência de um canto batido por Alex Telles, em que Danilo desviou para o segundo poste e Pepe chegou com um ligeiríssimo atraso à bola.

Sem tempo para respirar, aos 15’ Marega falhou o alvo num remate forte que passou ao lado da baliza de Alisson. Ao primeiro quarto de hora, o jogo parecia ter apenas um sentido e os dragões faziam notar a ambição pela vitória.

Para contrariar a dinâmica da partida e gelar o já molhado estádio, o primeiro ataque do Liverpool, aos 27’, acabou por resultar em golo. O lance foi inicialmente invalidado por fora do jogo, mas acabou por valer, depois de consultado o videoárbitro. Numa jogada confusa dentro da grande área portista, Salah arranjou forma de fazer chegar a bola a Sadio Mané, que surgiu nas costas da defesa do FC Porto e introduziu a bola na baliza.

Se a tarefa já parecia difícil, mais complicada se tornou. O FC Porto precisaria agora de marcar quatro golos à equipa de Jürgen Klopp para seguir em frente na prova.

Os dragões mantiveram-se pressionantes, mas nos últimos 15 minutos do primeiro tempo o ritmo de jogo abrandou. Ao minuto 45, os anfitriões ficam a pedir um penálti sobre Marega que caiu na área. O árbitro mandou seguir.

Já no fim dos dois minutos de compensação, Milner fez tremer os adeptos com uma bola que passou rente ao poste da baliza, depois de ser desviada por Felipe. Soou o apito e as equipas recolheram ao balneário.

Quatro golos em menos de 20 minutos resolvem a partida

Ainda antes da indicação para o início do segundo tempo, os dois treinadores fizeram alterações. Do lado do FC Porto, Sérgio Conceição faz entrar Soares para o lugar de Otávio, procurando maior presença na área. Do lado oposto, Klopp leva Firmino a jogo  para substituir Origi.

A segunda parte começou equilibrada. Os azuis e brancos foram os primeiros a afirmarem a sua posição com um cabeceamento de Soares, depois de um bom trabalho de Herrera na direita (55’).

Aos 65’, surge o 2-0 fruto de uma recuperação de bola do Liverpool. Mohamed Salah conduz a bola, passa por Felipe e fica no um para um com Iker Casillas. Rematou sem hipóteses para o guardião espanhol.

O FC Porto não desistiu e acabou por marcar um golo quatro minutos depois. Após um canto cobrado por Alex Telles na esquerda, Éder Militão cabeceou certeiro para a baliza de Alisson. Estava feito o 2-1.

Militão marcou o único golo do FC Porto.

Apesar do apoio intenso vindo das bancadas, os atuais líderes da Premier League não tinham as contas fechadas. Aos 77’ Firmino fez o 3-1 de cabeça depois de um cruzamento de Henderson. Os minutos passavam e, com o aproximar do fim do jogo, o cansaço e o desânimo da equipa da FC Porto faziam-se sentir. Aos 84’, o Liverpool fecha o marcador com um golo de Van Dijk, na sequência de um canto batido por Milner.

O jogo terminou com uma clara vitória do Liverpool – 6-1 no agregado das duas mãos – que fez cair o FC Porto. Nas meias-finais da Liga dos Campeões deste ano vão encontrar-se Tottenham-Ajax e Barcelona-Liverpool. A final é a 1 de junho, em Madrid.

Sérgio Conceição: “A força vinda das bancadas faz-me arrepiar”

Na conferência de imprensa, o técnico do FC Porto mostrou-se infeliz pelo resultado, mas não deixou de afirmar a sua satisfação quanto ao trabalho dos seus jogadores dentro de campo: “os jogadores tiveram um comportamento e uma interpretação daquilo que foi pedido fantástica”.

Sérgio Conceição falou da eficácia que faltou à sua equipa e acredita que se a equipa tivesse “feito um golo primeiro”, “o resultado tivesse sorrido” aos dragões.

Mais uma vez, o técnico agradeceu aos adeptos toda a força e apoio vindos das bancadas, que considera fulcral. “A força vinda das bancadas faz-me arrepiar”, disse ainda o técnico.

Jürgen Klopp: “Adoro uma equipa que se esforça assim”

Embora satisfeito com o resultado, Klopp não deixou de demonstrar o seu desagrado quanto à primeira parte em que o Liverpool foi dominado pelo FC Porto. No entanto, afirmou que os ingleses defenderam bem as oportunidades de golo e souberem resistir à pressão portista.

O treinador do Liverpool demonstrou um carinho especial pela equipa do FC Porto ao abraçar todos os jogadores no final do jogo. “Eu aprecio muito a equipa do FC Porto e gosto muito do trabalho deles”, revelou Jürgen Klopp. “Adoro uma equipa que se esforça assim”, concluiu.

Artigo editado por Filipa Silva