O Futebol Clube do Porto bateu o Chelsea Football Club na última segunda-feira e venceu a UEFA Youth League. A jovem equipa dos dragões tornou-se na primeira equipa portuguesa a vencer a competição, depois do Sport Lisboa e Benfica ter perdido duas finais.
No jogo da final, o FC Porto venceu por 3-1 a equipa inglesa. Ao JPN, Rui Borges, treinador da equipa sub-19 do Leixões, analisou a equipa de Mário Silva. Para Rui Borges, o que faz esta equipa chegar ao nível de vencer a Youth League é “ser consistente tanto nos momentos ofensivos, como nos defensivos” e “não ter grandes falhas”. Segundo o técnico do Leixões, os dragões são “muito fortes nas bolas paradas“, que são uma das formas do FC Porto criar perigo junto das balizas adversárias.
A equipa liderada por Rui Borges já defrontou o FC Porto por três vezes, mas o resultado foi sempre o mesmo: a derrota. O treinador do Leixões diz que os campeões da Europa são uma equipa que “se sabe adaptar muito bem ao jogo e às características do jogo” e são uma “equipa muito madura“.
Rui Borges também destacou a qualidade individual da equipa e, para este jogo, Mário Silva até contou com alguns reforços que normalmente atuam na equipa B, mas que ainda têm idade de júnior. É o caso de Diogo Costa, Diogo Leite, Diogo Queirós, Romário Baró e João Mário.
Avaliado em três milhões de euros no portal “Transfermarkt”, Diogo Costa é presença assídua nos treinos da equipa principal dos azuis e brancos e titular indiscutível na equipa B. O próprio Iker Casillas já disse que o futuro da baliza do FC Porto passa por Diogo Costa e o recente susto ocorrido ao espanhol, num momento que Fabiano está lesionado, abre as portas, pelo menos, do banco dos suplentes da equipa principal ao jovem português.
Diogo Leite e Diogo Queirós fazem parelha no centro da defesa há algum tempo nas equipas jovens do Futebol Clube do Porto. Diogo Leite já chegou à equipa principal, no início da época, mas perdeu protagonismo com a chegada de Éder Militão. Contudo, a já certa saída do brasileiro, assim como a possível saída de Felipe, podem abrir as portas da equipa principal aos dois jovens.
Com 30 jogos e quatro golos marcados, Romário Baró tem sido um dos jogadores mais preponderantes da equipa B e é dado como certo na próxima pré-temporada da equipa principal. Foi resgatado aos sub-15 do Sporting Clube de Portugal e tem contrato até 2023, com cláusula da rescisão de 40 milhões de euros.
João Mário é, provavelmente, o nome menos sonante do grupo. O jovem extremo subiu esta época à equipa B e fez, até agora, 20 jogos na Segunda Liga e tem quatro golos marcados. O contrato também é de longa duração, tendo o seu término em 2022.
Além destes nomes, Rui Borges destacou olateral Tomás Esteves, o médio Fábio Vieira e os avançados Ángel Yesid e Fábio Silva. Este último nome tem sido dos mais falados nos últimos tempos. Começou a formação nos dragões, esteve dois anos no Benfica, e regressou à primeira casa. Hoje tem 16 anos e, mesmo atuando um escalão acima, é o melhor marcador da fase final do campeonato nacional de sub-19. Tem uma clausula de rescisão de 10 milhões de euros, mas estará, alegadamente, em negociações para a renovação do contrato.
Fábio Vieira é o médio mais criativo e capitão dos júniores do FC Porto. Fez toda a formação nos dragões e tem contrato até 2022. Foi o autor do primeiro golo da final.
Aos 17 anos, Tomás Esteves é outro dos jogadores que jogam no escalão acima. Titular no lado direito da defesa, é visto por Rui Borges como “um jogador de muita qualidade”, por ser dois anos mais novo que a maioria dos adversários e “não se nota”.
O último jogador do grupo é o único estrangeiro. Ángel Yesid é colombiano e chegou ao Porto no início da época, proveniente da Real Academia FC, a troco de 1,35 milhões de euros. Habitualmente joga no corredor direito e tem como principais características a velocidade, a técnica e a força.
O próprio Mário Silva, técnico dos dragões, é destacado para Rui Borges que acredita que “até pela carreira que teve enquanto jogador, está preparado para chegar ao topo“.
Depois dos títulos das seleções jovens, a conquista da Youth League pelo Futebol Clube do Porto vem corroborar a tese de que a formação em Portugal vive o seu melhor período da história, como acredita Rui Borges. O treinador leixonense dá o mérito aos pequenos clubes que “fazem muito com pouco” e aos grandes que “já têm academias e estruturas ao nível das melhores da Europa”. “Também as seleções têm feito um bom trabalho que, em conjunto, faz dele o melhor trabalho de sempre e vamos colher os frutos no futuro da seleção nacional“, rematou o treinador.
Pela frente, a equipa sub-19 do FC Porto ainda vai ter a luta pelo título nacional. Neste momento, os dragões estão em segundo lugar na tabela a um ponto do SL Benfica, mas com menos um jogo que o líder, no início da segunda volta da fase de apuramento do campeão.
Artigo editado por Filipa Silva