Como é que a prática artística pode contribuir para a temática das mudanças culturais e ambientais, “este novo imaginário, que é preciso alimentar, nutrir e trazer à tona”? Talvez a resposta esteja na Bienal de Fotografia do Porto que ganha vida, pela primeira vez, a 16 de maio e estende-se até ao dia 2 de julho.
“Adaptação e Transição” é o tema da edição, organizada pela Ci.CLO, plataforma de criação, debate e reflexão dedicada à fotografia, fundada há três anos por Virgílio Ferreira. Focada na sustentabilidade e no ambientalismo, o evento procura criar um paralelismo entre a produção artística e a responsabilidade ética para com o ambiente.
O objetivo, diz Virgílio, é “levantar questões e nutrir uma outra sensibilidade e uma forma de pensar e agir. No fundo, gerar uma relação mais justa com o planeta e entre nós”, afirma o fundador da Ci.CLO. Os materiais utilizados em muitas das instalações são reutilizados, havendo por parte dos artistas e da organização um esforço para “criar um evento sobre sustentabilidade de forma sustentável”.
Os artistas, 53 no total, foram selecionados através de convites e muitos já trabalharam anteriormente em projetos desenvolvidos pela Ci.CLO. Haverá também contributo de estudantes de fotografia, artes plásticas e arquitetura do Porto. Segundo o diretor artístico, a importância de promover o trabalho de artistas locais recai no desenvolvimento de uma união dentro do meio cultural da cidade.
De entrada gratuita, o evento vai contar com 16 exposições em 15 pontos diferentes da cidade, entre os quais o Palacete dos Vasconcelos, a Casa do Infante, a Casa Tait, a Reitoria da Universidade do Porto, a Escola Superior Artística do Porto e as estações de Metro dos Aliados e de São Bento.
Artigo editado por César Castro