São estudantes venezuelanos ou lusodescendentes a residir em Portugal e querem quebrar, através dos seus próprios testemunhos, aquilo que consideram ser os mitos existentes sobre a situação do seu país. Em Portugal, já são 30 os jovens que integram a Jovenex, uma rede com presença em várias partes do mundo.
Nicoll Guedes reside em Portugal há quatro anos e é uma das jovens que integra a organização. Fá-lo por considerar que há um desconhecimento generalizado da Constituição venezuelana. “A maioria das pessoas não sabe o que diz a nossa Constituição. Por isso, pode ser um conflito para as pessoas entenderem melhor a situação da Venezuela. A maior dúvida é se é constitucionalmente correto ele [Guaidó] estar no poder ou não. É legalmente possível acontecer”, explica a estudante de Línguas e Relações Internacionais da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP).
Ajudar na reconstrução do país, criar um compromisso geracional e organizar a juventude são os três pilares da Jovenex elencados por José Alves, presidente da organização. Com 22 anos e a residir em território luso há dois, o jovem estudante de Línguas Aplicadas na FLUP fala que a rede “é uma oportunidade para esclarecer algumas dúvidas”.
Por isso, a Jovenex organiza palestras que visam consciencializar para o contexto histórico do país e para violação dos direitos humanos, replicando igualmente os protestos do país natal em Portugal. “Temos feito alguns em simultâneo com a Venezuela. Quando Guaidó convoca para alguma manifestação, convocamos também aqui no Porto”, adianta.
Evitar que a situação da Venezuela aconteça noutros países é o objetivo. “A maior parte das pessoas não tem de comer. Há, pelo menos, cinco horas do dia em que não há luz. Para fazer qualquer atividade do dia, quer seja trabalhar ou estudar, é complicado por causa da falta de eletricidade. O problema da crise humanitária é muito pior. É um alerta que queremos levar“, finaliza Nicoll.