Levar a internet à metade da população mundial atualmente excluída da rede global é o objetivo da equipa europeia que Vanessa Duarte, investigadora do Instituto de Telecomunicações na Universidade de Aveiro (UA), integra. A solução encontrada foi pensar em como melhorar os satélites de comunicação, que recebem os sinais de “milhares de milhões de pessoas”.

Segundo a investigadora, a chave para melhorar a tecnologia atual “reside em aplicar um processador potente como parte nuclear do satélite”, neste caso um processador fotónico, lê-se na nota de imprensa da instituição. O processador separa, processa e envia de volta os “vários sinais provenientes de diferentes partes da Terra” que o satélite recebe.

Hoje, os satélites utilizam processadores que recorrem a sinais de radiofrequência (RF), tecnologia que faz com que “o acesso à internet via satélite seja caro e com uma qualidade bem abaixo da do acesso através da fibra ótica”. Por outro lado, as tecnologias fotónicas, além de aumentarem a capacidade de transmissão de dados, têm um peso, custo e consumo energético menor que os atuais processadores.

Para Miguel Drummond, um dos orientadores científicos do trabalho de investigação, o lançamento de satélites com processadores fotónicos “vai fazer chegar a Internet a sítios rurais e remotos onde ela não existe” e “abrir caminho para a introdução de tecnologias emergentes”, como serviços 5G e IoT (Internet of Things).

Este trabalho foi desenvolvido no âmbito do Programa Doutoral em Engenharia Física no Instituto de Telecomunicações da UA e do instituto de pesquisa alemão Innovations for High Performance Microelectronics.

Artigo editado por Filipa Silva