A greve climática estudantil marcada para esta sexta-feira vai realizar-se em, pelo menos, 111 países, entre os quais Portugal. Por cá, o número de cidades tem vindo a crescer, ultrapassando já as cinco dezenas. No Porto, a marcha estudantil pelo clima vai começar na Praça da República, a partir das 10h30, e terminar na Avenida dos Aliados.
“O que pretendemos com esta greve é chamar a atenção das classes políticas para a crise climática que não está a ser tratada como deve de ser. A verdade é que o panorama geral não se alterou significativamente [desde a greve anterior]”, explica Bárbara Pereira, do movimento climático estudantil do Porto, ao JPN.
A primeira greve de estudantes pelo clima aconteceu a 15 de março deste ano e juntou 1,6 milhões de jovens de 125 países. Em Portugal, com protestos em mais de 20 cidades, cerca de 20 mil estudantes saíram à rua, numa mensagem clara de descontentamento para com as classes políticas. No Porto, cerca de dois mil estudantes estiveram concentrados na Avenida dos Aliados.
Faltas dos alunos serão injustificadas
Esta quarta-feira, dois presidentes das associações representativas dos diretores escolares adiantaram que os alunos que participarem na greve internacional do clima vão ter faltas injustificadas. “Não pretendemos que as faltas sejam justificadas. Temos consciência que esse não deve ser um objetivo. Mas há muitos professores que preferem justificar as faltas devido ao que se trata”, afirma a estudante de 17 anos, Bárbara Pereira.
Os estudantes tinham sido ouvidos pelo ministro do Ambiente, dias antes da primeira greve, mas a mudança reivindicada “não chegou porque a central de Sines e do Pego continuam a funcionar a carvão” ou “porque os contratos para explorar gás natural na Batalha e em Pombal ainda estão em cima da mesa”, afirma o movimento na página oficial.
A ideia de uma greve climática estudantil partiu de Greta Thunberg, uma jovem sueca de 16 anos, que desde o ano passado iniciou uma greve às aulas com o objetivo de chamar a atenção para a necessidade de mais ação para fazer face às alterações climáticas.
Em Portugal, a Comissão Parlamentar de Ambiente aprovou por unanimidade, a 7 de maio, uma proposta para convidar a jovem ambientalista sueca a discursar na Assembleia da República.
Candidatos às Eleições Europeias elogiam jovens
Francisco Guerreiro, do PAN, sublinha o “modo político, mas apartidário” com que têm agido os estudantes em greve pelo clima. Já Nuno Melo, do CDS-PP, aponta a mudança de mentalidades dos mais jovens como um dos trunfos para a resposta na defesa do planeta. Marisa Matias, do Bloco de Esquerda, pede aos jovens que não desistam das manifestações pelo clima e João Ferreira, da CDU, expressa compreensão pelas preocupações e inquietações do movimento.
O candidato socialista Pedro Marques fala numa “geração se preocupa com a sustentabilidade” do planeta e Lídia Pereira, a número dois do PSD ao Parlamento Europeu, aplaude a mobilização numa causa “que lhes toca porque põe em causa esta geração e as gerações futuras“.