A quinta edição do Open House Porto, que decorre no fim de semana de 29 e 30 de junho, traz um número recorde de edifícios: ao todo, 70 espaços, 60% dos quais inéditos, vão estar de portas abertas de forma gratuita ao público. Este ano, a curadoria, que ficou a cargo dos arquitetos Joana Couceiro e Nuno Valentim, é dedicada à vida interior.

“O que vamos conhecer é a cidade intimista, que muitas vezes não conhecemos, mas [que é] simultaneamente uma arquitetura que a população entende bem e na qual tem interesse porque vai visitar, em muitos casos, edifícios de habitação”, explicou Nuno Sampaio, diretor executivo da Casa da Arquitectura, durante a conferência de apresentação do roteiro.

Os edifícios de habitação correspondem a 44% dos espaços selecionados. Já os equipamentos (37%), os espaços comerciais (12%) e as infraestruturas (7%) completam o mapa desta edição que decorre, como habitual, em três cidades: Matosinhos, Porto e Vila Nova de Gaia.

O Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, o Farol de Leça da Palmeira ou Palacete Visconde de Trevões são alguns dos espaços que vai poder ver em Matosinhos.

No Porto, os locais que vão abrir as portas variam entre o Forte São João Baptista da Foz, a Casa da Boavista, o Clube Fenianos Portuenses ou até um consultório de psicanálise na Avenida da Boavista, entre outros.

Já em Gaia, o Mosteiro e o Quartel da Serra do Pilar, a Torre Altice, a Casa da Imagem ou a Casa Bordic (ainda em construção) também estarão abertos ao público.

Open House Porto; Nuno Sampaio

Arquitetos Nuno Valentim e Joana Couceiro acompanhados pelo diretor executivo da Casa da Arquitectura, Nuno Sampaio. Foto: César Castro

Para Nuno Sampaio, a realização desta quinta edição do evento representa um grande desafio por dois motivos: “É preciso encontrar pessoas disponíveis para abrirem a sua casa e mostrar a intimidade das suas habitações” e porque “sabemos que existe uma propensão para as pessoas visitarem as habitações. A habitação individual é algo que seduz as pessoas”, explica o diretor executivo.

Os visitantes podem optar por três tipos de visitas, que podem ser livres, acompanhadas por voluntários ou comentadas por especialistas. Este ano, estão previstas 189 visitas comentadas por 107 especialistas. A maioria dos espaços não exige marcação prévia e as visitas são realizadas por ordem de chegada dos participantes.

Se Nuno Valentim sublinhou o impacto arquitetónico que o evento tem na cidade, Joana Couceiro frisou a necessidade de tornar a arquitetura pública, democrática e aberta ao outro. “Queríamos agradecer as pessoas que permitiram essa abertura de casas, o acesso às suas coisas mais íntimas, porque é uma abertura intelectualmente imensa deixar toda a gente poder experienciar durante estes dois dias”, afirmou.

Adicionalmente, o programa Caleidoscópio, dedicado a famílias e crianças de diferentes idades, propõe uma série de outras iniciativas como “A Grande Corrida da Arquitetura”, onde em 15 espaços pré-selecionados do roteiro as famílias vão poder ganhar bilhetes gratuitos.

Durante os dois dias, vários estudantes da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto vão andar a desenhar nos próprios espaços e doar as respetivas obras aos visitantes.

Numa parceria com o Instituto Português de Fotografia, o Open House Porto tem também preparado uma formação específica para as pessoas aprenderem a fotografar de forma diferenciada os espaços que visitam.

Desde a primeira edição, em 2015, o Open House Porto já recebeu quase 100 mil visitas.