Foi lançada esta quinta-feira a Rádio Observador. O novo projeto informativo do jornal digital começou a emitir logo pela manhã em 98.7 FM na Grande Lisboa e prepara-se para chegar ao Porto e a outras zonas do país. Ainda não há datas definidas para o efeito, mas será “rapidamente”, de acordo com Pedro Jorge Castro, diretor-adjunto do Observador, em declarações ao JPN.

Enquanto não se espalha pelo território, a rádio pode ser ouvida online, no site do Observador, e nas apps de rádio a partir de qualquer lugar 24 horas por dia. Mas como é que tudo começou? Há cerca de dois anos, o dono de uma frequência FM da Grande Lisboa propôs vendê-la ao Observador. O negócio não chegou a avançar, conta Pedro Castro, mas o “bichinho da rádio” ficou e deu origem a um projeto “nada contracorrente”. “À primeira vista parece, mas não é, porque, por um lado, há uma tendência geral de crescimento do áudio em todo o mundo e do consumo do áudio de várias formas. Por outro, a rádio é um meio do qual as pessoas não abdicam”, afirma.

Apesar de jornal e rádio partilharem a direção e a coordenação editorial, esta última conta com uma redação própria de 30 pessoas, tudo “para garantir a atualidade da rádio”, assegura o coordenador do projeto.

Além da “cultura de última hora” e do “tom mais informal e descontraído, sem abdicar da credibilidade e qualidade da informação do Observador”, Pedro Castro destaca a “diversidade de temas” como característica diferenciadora. “Nós sabemos aquilo que as pessoas leem exatamente no dia a dia. Dos 50 artigos mais lidos do Observador em cada dia, se houver quatro ou cinco que dão nas rádios atuais já é muito. Há um divórcio gigantesco entre aquilo de que a rádio fala e a vida das pessoas. Obviamente, nós queremos equilibrar isso”.

Os noticiários vão para o ar de 30 em 30 minutos, num registo dinâmico, com vários interlocutores em direto. “Todos os noticiários devem ser com duas pessoas: são uma conversa, não são uma pessoa a ler as notícias. E, no programa da manhã, devemos ter três ou quatro jornalistas residentes”, explica ainda o jornalista.

Entre algumas das vozes da nova rádio, estão a de Ricardo Conceição, que saiu da Renascença ao fim de 20 anos para fundar o projeto, a de Maria João Simões, ex-animadora das manhãs da RFM e da Comercial e ex-apresentadora de programas da SIC e da RTP, e a de Carla Jorge de Carvalho, ex-pivô da SIC Notícias, que assim regressa à rádio.

Mas outros nomes vão passar pelo “ar” como o psicólogo e psicanalista Eduardo Sá, o comentador de desporto Pedro Sousa, atualmente no Canal 11, e o humorista David Cristina.

Para Pedro Castro, a última coisa “verdadeiramente espetacular” feita em rádio foi quando a TSF, em 1999, iniciou uma emissão especial ininterrupta de dez dias sobre a violência em Timor-Leste. “Desde então, não foi feito nada assim de tão memorável ou de espetacular”, considera.

Ainda que não estejam “obcecados com [a concorrência]”, o editor-adjunto admite que a rádio quer conquistar novos ouvintes, além do já habitual público do jornal digital.