“O principal desafio é estar a mexer numa peça tão emblemática”, explica Filipe Azevedo, administrador do consórcio Círculo de Cristal, responsável pela requalificação do Super Bock Arena-Pavilhão Rosa Mota, durante uma visita guiada à obra, realizada esta terça-feira. “Vai ter condições que nunca teve”, assegura.

A arquitetura exterior vai manter-se inalterada, contudo o interior está a ser transformado de modo a promover a polivalência do espaço, no acolhimento dos mais variados eventos.

O piso -1 dá lugar a um centro de congressos com quatro salas planas de cem pessoas; um foyer de 600 metros quadrados e a um auditório para 500 pessoas, o que exigiu “seis meses de escavação em rocha”.

A arena, no piso principal, vai ter capacidade para acolher eventos para oito mil pessoas, é dotada de tribunas localizadas nos pisos 1 e 3; vinte e três camarotes no segundo andar, com 16 lugares cada; e, ainda, bancadas retráteis, no piso 0, dando lugar a um total de 5.500 pessoas sentadas. Haverá lugares reservados a pessoas com mobilidade reduzida.

Nesta imagem virtual, dá para ter uma ideia de como será a futura arena do Rosa Mota. Foto: Super Bock Arena

“Do ponto de vista acústico e térmico houve um revestimento que foi feito” para as melhorias das condições do pavilhão, as caixilharias do edifício são todas novas e os vidros foram trocados de modo a garantir um bom isolamento, assegurou Filipe Azevedo. Estas “soluções de engenharia” são essenciais para o conforto necessário para a realização dos eventos.

Embora, do lado de fora, o edifício pareça inalterado, os 768 óculos do teto do pavilhão vão estar cobertos por tela, de modo a garantir o controlo da luz aquando da realização dos eventos. Sem essa funcionalidade, “99% dos eventos não se realizariam”, afirma o administrador do consórcio.

Filipe Azevedo confirmou, ainda, a construção de quatro camarins de apoio, balneários, um restaurante com vista para o lago e um “food court aberto todos os dias”, podendo dele usufruir quem visitar os jardins do Palácio de Cristal.

Jorge Silva, também administrador do consórcio, realçou a multifuncionalidade do pavilhão que vai ter “características únicas” na cidade do Porto. Para além da possibilidade de acolher concertos, congressos, eventos desportivos e espetáculos familiares, haverá também a possibilidade de “uma experiência radical”: a visita ao teto do edifício, espécie de “quarto andar”, o que dará aos visitantes uma visão de 360 graus do Porto.

A intervenção no piso -1 foi uma das mais exigentes. Onde havia cave, vão passar a existir um auditório, quatro salas e um foyer. Foto: Super Bock Arena

A requalificação do espaço começou em finais de 2017, com um investimento inicial de oito milhões de euros que já foi ultrapassado, de acordo com os responsáveis do Círculo de Cristal. Para além do financiamento das obras, o consórcio pagará, ainda, mensalmente 20 mil euros à Câmara do Porto, durante os 20 anos de concessão do espaço.

A inauguração do Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota está prevista para o início de outubro, com “evento que diga algo às gentes do Porto”, avança Jorge Silva.

Artigo editado por Filipa Silva