Ao segundo dia, o Portugal Fashion encerrou com uma novidade inserida na estratégia de internacionalização do evento: o desfile de um jovem criador francês, Nicolas Lecourt Mansion – formado no Ateliê Chardon Savard, em Paris, em 2017, e dono de uma marca própria desde o início de 2018.

As suas coleções vão “para além do género” e são caracterizadas pela organização como “impressivas, iconoplastas e inovadoras, em boa medida devido à inspiração que o criador diz encontrar em artistas plásticos como Frida Kahlo e Salvador Dali“.

O último desfile do dia iniciou com uma performance de uma modelo transgénero, que trazia no corpo um vestido longo de cetim preto, e finalizou com o ‘designer’ a desfilar juntamente com as modelos.

O criador francês apresentou a sua coleção primavera/verão 2020, onde se destacam as silhuetas femininas e assimétricas. Os tons utilizados foram o branco, o preto, o nude, os tons terra, e alguns apontamentos em ganga, numa mistura de tecidos, destacando-se os acetinados.

Inês Torcato, designer natural do Porto, apresentou um desfile em que os modelos marcaram a passerele de azul. Literalmente. Com o calçado embebido em tinta, cada modelo foi deixando a sua marca à passagem construindo, gradualmente, uma pintura de pegadas na passadeira branca.

As três primeiras peças da coleção eram também de cor branca, com um aspeto inacabado. À medida que foram surgindo na passerele, num total de três vezes, as peças e os modelos eram cada vez mais manchados de tintas azul e branca, compondo assim as peças. A restante coleção fundiu-se harmoniosamente com as três primeiras criações do desfile, sendo que as cores predominantes foram também o branco e o azul.

A designer Inês Torcato iniciou o seu percurso no Portugal Fashion em 2016, no Concurso Bloom, tal como a designer Carla Pontes, em 2012.

Abraçando o conceito de slow fashion, Carla Pontes optou por projetar uma instalação denominada “PAUSA”, em vez de apresentar uma coleção em passerele.

A jovem designer revela que pretende acabar com as apresentações calendarizadas e lançar novas coleções ao seu próprio ritmo, para assim ter o tempo necessário à criação de peças mais pertinentes: “Pretendo que o meu produto chegue ao mercado de forma pertinente, quero explorar cada vez mais volumetrias que abraçam o corpo e que o tempo do processo não esteja limitado pelo calendário. Considero que o nosso planeta não precisa de quantidade, mas sim de pertinência e nesse sentido decidi seguir a minha natureza”, declarou a estilista no local.

Na instalação a designer explica o processo criativo de um dos modelos mais icónicos da sua carreira, através de uma sequência que faz transparecer o seu lado mais poético e natural.

Estelita Mendonça foi também um dos ex-bloomers a apresentar a sua coleção primavera/verão 2020, esta quinta-feira, na Alfândega do Porto.

O desfile foi dominado por uma vasta paleta de cores, onde se realçaram o preto, o azul, o laranja, o tye dye e as estampas. O designer optou por utilizar uma mistura de tecidos e matérias, com um foco especial nos tecidos impermeáveis.

A 45ª edição do Portugal Fashion terminou este sábado, na Alfândega do Porto.

Artigo editado por Filipa Silva