Planet:tech é o nome da secção onde se fala sobre o planeta Terra naquela que é uma das maiores cimeiras de tecnologia, inovação e empreendedorismo a nível mundial. Mas a Web Summit não vive só disso: ambiente e sustentabilidade estiveram na ordem do dia esta terça-feira.

As conferências foram apresentadas por vários oradores, desde o surfista Garrett McNamara à chefe de sustentabilidade da Google, Kate Brandt. Além de debaterem, os palestrantes apresentaram alguns conselhos, dicas e ideias que todos podemos seguir no que toca à questão da sustentabilidade e do ambiente. 

A água foi um dos temas mais abordados no “planet:tech”. Foto: Inês Moura Pinto

1.  “Sustentabilidade não é uma dor de cabeça”

Sob o tópico “The will of people: why ground support matter”, Vanessa Wright, vice-presidente global de sustentabilidade da Pernord Ricard – o segundo maior grupo no setor do álcool e das bebidas espirituosas do mundo -, referiu que o que aparenta ser um obstáculo ou um problema deve antes ser encarado como um desafio positivo e uma oportunidade para inovar e melhorar.

Numa conferência distinta,“Are we facing water wars?”, Jay Ivengar, da empresa Xylem Water Solutions, afirmou que a solução para o futuro do planeta passa, inevitavelmente, pelo uso e aplicação da tecnologia“tecnologia e inovação são a chave”, referiu.

A sustentabilidade pode, efetivamente, abrir novas oportunidades de inovação e de desenvolvimento tecnológico.

2. “Apoiar empresas que estão a fazer a coisa certa”

Diana Cohen, co-fundadora e CEO da Plastic Pollution Coalition, explicou que é importante ter uma consciência ambiental no que toca ao modo de atuação de empresas, sendo que os consumidores podem, e devem, ter um papel ativo no apoio das que adotam comportamentos sustentáveis.

Seguindo a mesma ideia, o surfista profissional Garrett McNamara mencionou a importância de “apoiar mudanças na direção certa”. Segundo Garrett, pressionar e incentivar empresas e marcas no sentido de se tornarem mais “amigas do ambiente” pode encorajá-las a reduzir o uso de plásticos nas embalagens, por exemplo.

 Já Paul O’Callaghan, fundador da empresa BlueTech Research, em jeito de conselho, referiu que enquanto consumidores devemos estar atentos àquilo que as empresas fazem pela sustentabilidade e pelo ambiente. “Temos de exigir mais das marcas”, disse.

3. “Ou partilhamos a solução, ou partilhamos o problema”

Para António Mexia, presidente executivo da EDP, a chave do sucesso envolve a entreajuda, a responsabilidade social e a partilha do know-how. O gestor refere o slogan que vem sendo repetido nesta matéria: “não há planeta B” e, por isso, a competição no seio empresarial tem de ser substituída pela cooperação.

Sob o mote da conferência “Reshaping business to save the planet“, António Mexia acrescentou que o sigilo não é mais a alma do negócio, pelo que as empresas não se devem encarar como concorrentes, mas como parceiros.

António Mexia, CEO da EDP, falou sobre cooperação no seio empresarial. Foto: Inês Moura Pinto

4. “Ser verde em casa e no trabalho”

Lise Kingo, diretora executiva do Pacto Global das Nações Unidas, também marcou presença no segundo dia da Web Summit para discutir “negócios responsáveis”. Mas a oradora explicou também a importância de adotar comportamentos sustentáveis tanto a nível individual, em casa, como empresarial, no trabalho.

Relativamente aos comportamentos individuais, Garrett McNamara e Diana Cohen apelaram à rejeição do uso único de plástico em pequenas ações no dia a dia. Os dois oradores juntaram-se no palco do planet:tech para falar sobre a poluição de plástico nos oceanos, na conferência “Why the ocean isn’t doomed”.

Garrett McNamara e Diana Cohen. Foto: Inês Moura Pinto

5. “Fazer escolhas conscientes todos os dias”

Para o surfista McNamara, a diminuição do plástico pode ser combatida por cada um de nós através de gestos pequenos e conscientes. Garrett explicou que a redução desta substância poluente passa por desafios que podem, inclusivamente, ser “divertidos”. O surfista deu então o exemplo do plastic-free challenge.

Também  Vanessa Wright acredita que “pequenas ações fazem mesmo a diferença”. Contrariando os que acreditam que gestos mínimos não têm assim tanto impacto, a vice-presidente global de sustentabilidade da Pernord Ricard acha que é melhor termos milhões de pessoas a fazerem “atos pequenos e imperfeitos” do que apenas algumas pessoas a fazerem muito.

O palco “planet:tech” teve lotação esgotada. Foto: Inês Moura Pinto

 

Artigo editado por Filipa Silva