São feitas cerca de quatro queixas de burla a idosos por semana, as quais no ano passado perfizeram um total de 189 registos de idosos burlados, no Porto – o segundo distrito com maior número de burlas. A Guarda Nacional Republicana (GNR) apontou ao JPN que a nível nacional foram 1.412 os casos de burlas a idosos.
Numa média de quatro casos por dia, a nível nacional, os burlões apresentam-se como “homens e mulheres bem vestidos, bem falantes, com voz calma e afável, com uma conversa convincente e cativante“, explica a mesma fonte.
Os burlões abordam os idosos à porta de casa e por norma identificam-se como funcionários de instituições públicas ou privadas, por exemplo da Segurança Social ou da EDP.
Esta última também já alertou a população mais velha para as comuns tácticas de burla em nome da empresa, divulgando que a EDP não realiza cobranças porta-a-porta em qualquer situação.
A GNR destaca, ao JPN, que entre as várias técnicas de burla está o incitar à troca de notas velhas por novas, as quais nunca chegam a ser entregues aos lesados.
As principais vítimas destas burlas presenciais acabam por ser idosos já que, na maioria das vezes, vivem sozinhos e em regiões com menos habitantes. A oitava Operação Censos Sénior da GNR , realizada ao longo do mês de Outubro do ano passado, sinalizou cerca de 42 mil idosos a viver sozinhos ou isolados em Portugal – entre eles, 1.026 vivem no Porto.
As referidas queixas não correspondem certamente ao número real de burlas efetuadas, diz a GNR, que suspeita que vários casos não sejam denunciados. Na base está o facto de se tratarem de burlas de valor residual ou mesmo por os lesados não terem consciência de que estão a ser burlados.
A GNR tem organizado sessões de sensibilização por todo o país com palestras ou visitas ao domicílio de forma a alertar para o perfil de possíveis burlões e esclarecer os contactos para denúncia dos casos. Não fornecer informação pessoal a estranhos, não revelar que se está sozinho ou não atender indivíduos não identificados estão entre os conselhos divulgados pelas autoridades.
Setúbal é o distrito com mais casos de burla, que apenas contabiliza mais um que o Porto. Aveiro, Faro e Lisboa também registam um número de queixas de burlas na ordem das centenas.
Artigo editado por Filipa Silva.