O Governo, a Área Metropolitana do Porto (AMP) e a Metro do Porto vão iniciar estudos com vista a uma nova expansão da rede de metro do Porto.
O protocolo entre as três entidades vai ser assinado no próximo dia 21, na Câmara Municipal de Gondomar.
O acordo inclui o estudo, durante os próximos 10 meses, da viabilidade económica de sete novas linhas que se estendem pelos territórios do Porto, Gaia, Gondomar, Maia, Matosinhos e Trofa.
A decisão dos projetos que vão ou não avançar deverá ser tomada até ao final deste ano.
O financiamento acordado é de 860 milhões de euros garantidos através do Plano Nacional de Investimento (PNI), sendo que cerca de 620 milhões de euros destinam-se ao crescimento da rede do Metro do Porto e 240 milhões de euros serão atribuídos ao desenvolvimento de sistemas de transportes coletivos em sítio próprio (metro Bus).
De acordo com o “Jornal de Notícias”, o Executivo estará disponível para estender o investimento financeiro até aos mil milhões de euros, mais 150 milhões do que o valor previsto no protocolo. As verbas deverão ser acordadas entre 2021 e 2030.
As três etapas do processo
Primeiro, a Metro do Porto dispõem de três meses para atualizar a potencial procura das linhas, tendo como indicadores a densidade de população e a frequência de utilização das ligações. Isto para depois procederem à proposta de meios de transporte mais adequados aos níveis de procura.
Numa segunda fase, estimada em cinco meses, será feita a hierarquização de prioridades, tendo em conta os custos e os montantes disponíveis, que vão levar a uma harmonização da utilização do metro ou a implementação do metro Bus. No final desta fase, será produzido um relatório final com soluções detalhadas de investimento que terão de ser, mais uma vez, discutidas.
Finalmente a terceira e última etapa caracteriza-se pela entrada em ação dos municípios. Após a Metro do Porto dar início ao processo, os municípios têm 30 dias para analisar, revogar ou aprovar os estudos da empresa. Sendo que esses municípios dispõem de 15 dias para fornecer toda a informação recolhida sobre os projetos de desenvolvimento urbanístico, estudos ou projetos para alteração da oferta, caso não concordem.
Contactado pela agência Lusa, Eduardo Vitor Rodrigues , presidente da AMP e autarca de Vila Nova de Gaia, mostrou-se “convicto de que os estudos de viabilidade vão justificar a inclusão de linhas que até aqui não eram consideradas prioritárias, permitindo trabalhar a coesão territorial dentro da área metropolitana.”
Espera-se que os estudos sejam concluídos até ao final deste ano, permitindo que as obras comecem no início de 2021 e que a expansão fique concluída em 2030.
Linhas que vão ser estudadas
- Linha do Campo Alegre (Matosinhos Sul – Casa da Música)
- Linha de São Mamede (Fonte do Cuco – Polo Universitário)
- Linha Circular (Casa da Música – Polo Universitário da Asprela)
- 2ª Linha de Gaia (Casa da Música – Devesas – Santo Ovídio)
- 2ª Linha da Trofa (Ismai – Muro)
- 2ª Linha da Maia (FEUP – Parque Maia)
- 2ª Linha de Gondomar (Estádio do Dragão – Valbom – Souto)
Linhas “rosa” e “amarela” em marcha
Neste momento, está em curso a expansão da rede do metro anunciada em 2017 pelo ministro do Ambiente, João Matos Fernandes. O alargamento passa pela criação de uma linha rosa, entre São Bento e a Casa da Música, no Porto, e a expansão da linha amarela, entre Santo Ovídio e a Vila D’Este, em Vila Nova de Gaia.
O estudo que serviu de base à tomada de decisão, coordenado por Paulo Pinho da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, avaliou, na altura, nove linhas alternativas. No entanto, a escolha recaiu sobre as duas linhas que apresentavam maior procura e sustentabilidade económica, as linhas rosa e amarela.
Neste momento estes dois projetos estão em curso e, tal como foi prometido em 2017 por Matos Fernandes, passado três anos vão ser feitos os estudos das restantes linhas para a expansão do metropolitano do Porto.
Artigo editado por Filipa Silva