“A eutanásia transforma profissionais de saúde em juízes da vida e da morte”. Numa carta aberta, entregue esta quarta-feira (19) na Assembleia da República, um grupo de jovens jesuítas, entre os 16 e os 30 anos, manifestam-se assim contra leis que possam permitir a prática da eutanásia em Portugal.

Intitulada “Prevenir o que não se pode remediar”, a carta aborda a questão em cinco tópicos que consideram críticos para demonstrarem o erro da possível despenalização da eutanásia.

O primeiro ponto incide sobre a posição contrária à prática da eutanásia que foi tomada pela Ordem dos Médicos e pelo seu Conselho de Ética, bem como pela Ordem dos Enfermeiros e outras organizações do setor.

O segundo ponto diz respeito à liberdade do doente, que os signatários consideram que fica colocada em causa: “trata-se de um médico provocar a morte de um doente e para isso não basta citar o princípio da liberdade individual”, referem.

No terceiro e quarto pontos, os jovens falam sobre as consequências da realização deste procedimento, considerando-o um “erro irremediável” que ainda é “possível prevenir”. No quinto ponto, o último, descreve-se o que pode ser feito em alternativa à eutanásia, com cuidados e atenção às pessoas que sofram com problemas que possam levá-las e optar por esta prática.

“Cabe-nos a nós, enquanto ‘sociedade livre, justa e solidária’ sermos parte ativa na preservação da noção de dignidade dos mais frágeis”, lê-se no final da carta.

O que começou com 44 subscritores terminou com 1.878. A carta, aberta ao público, foi publicada no portal da Companhia de Jesus em Portugal e angariou assinaturas até esta terça-feira (18).

Artigo editado por Filipa Silva