Já são conhecidos os nomeados do World Press Photo Contest, anunciados esta quinta-feira (27). A 63.ª edição da competição mundial de fotografia vai selecionar a Melhor Fotografia do Ano (World Press Photo of the Year) e a Melhor Fotografia de História do Ano (World Press Photo Story of the Year). No total são 44 os fotógrafos a concurso.

Além das duas categorias principais, os nomeados estão distribuídos também em outros oito conjuntos de temas gerais. “Problemas contemporâneos“, meio ambiente“, “notícias“, “projetos a longo prazo“, “natureza“, “retratos“, “desporto” e “notícias imediatas” são os outros temas a premiar. Cada um dos vencedores das diferentes categorias vai ganhar uma recompensação de dez mil euros.

Para escolher os vencedores foi criado um leque de júris. No total, são 16 profissionais de todo o mundo quem vai decidir, sendo que sete deles vão votar a Melhor Fotografia do ano.

Lekgetho Makola – sul-africano e diretor do Market Photo Workshop em Johanesburgo, na África da Sul – vai presidir ao júri do concurso, enquanto Zoeann Murphy, norte-americana e jornalista do The Washington Post, vai presidir sobre a Melhor Narrativa Visual Digital.

Melhor fotografia do ano

São seis os nomeados à Melhor Fotografia do ano. Farouk Batiche, fotógrafo da agência de notícias alemã Deutsche Presse-Agentur, participa com uma imagem de um dos conflitos anti-governo e independentista entre estudantes e polícias na Argélia. Yasuyoshi Chiba, da agência de imprensa francesa Agence France-Presse, participa com uma fotografia de um jovem a recitar um poema durante um protesto com a cidade às escuras, em Cartum no Sudão.

Tomek Kaczor, da Gazeta de Varsóvia (Duży Format, Gazeta Wyborcza), retrata uma adolescente de 15 anos acabado de acordar de um estado catatónico provocado pela Síndrome de Demissão (condição pela qual imigrantes traumatizados psicologicamente no meio de um processo demorado e excruciante de mudança podem passar). Já Ivor Prickett, do The New York Times, mostra um soldado da Força Democrática da Síria a ser visitado pela namorada no hospital, depois de ter sido seriamente queimado num conflito com forças turcas.

O fotógrafo independente russo, Nikita Teryoshin, apresenta uma foto de um empresário que guarda e tranca duas granadas anti-tanque após o fim de uma exibição na International Defence Exhibition and Conference, no Dubai. Por fim, Mulugeta Ayene, jornalista da Associated Press, retrata a emoção de uma parente de uma das vítimas da queda do voo ET302 da Ethiopian Airlines.

Estes são os nomeados a Melhor Fotografia do Ano:

Além da competição principal, há também a decisão pela Melhor Fotografia de História do Ano. Esta categoria, uma novidade implementada na competição deste ano, tem o objetivo de premiar o fotojornalismo de impacto que acompanhou um acontecimento/história. De acordo com as declarações no site do evento de Lucy Conticello, diretora de fotografia e membro do juri da competição, algumas fotografias contam histórias e “histórias são complexas, subtis” e muitas vezes “precisam de uma série de retratos para as contar”.     

Nesta categoria estão nomeados três grupos de fotografias. Nicolas Asfouri, da Agence France-Presse, mostra o desconforto e agitação recente anti-governo em Hong Kong. A história da queda do voo 302 da Ethiopian Airlines é mostrada em detalhe por Mulugeta Ayene, que também participa na categoria principal. Por fim, o francês Romain Laurendeau retrata as revoltas e momentos essenciais da história dos jovens argelianos.

Nicolas Asfouri – desconforto e agitação recente anti-governo em Hong Kong

Mulugeta Ayene – Queda do ET302, Ethiopian Airlines

Romain Laurendeau – momentos essenciais da história dos jovens argelianos

As outras categorias às quais os fotógrafos concorrem têm aspectos específicos que as diferenciam e as tornam únicas. Em “problemas contemporâneos” são documentadas histórias  e problemas culturais, políticos e sociais que afetam a sociedade atual. A categoria de “meio ambiente” retrata o impacto humano, positivo ou negativo, no planeta. Já “notícias” refere-se à documentação de momentos e tópicos de notícias jornalísticas.

A categoria “projetos a longo prazo” mostra a persistência do fotógrafo que deve representar um tema tratado durante os três últimos anos, pelo menos. “Natureza” mostra a fauna e a flora, as paisagens e outras partes do planeta no estado natural. “Retratos” foca-se no indivíduo e nos grupos. “Desporto” é sobre a essência do jogo, seja ele qual for. Por último, “notícias imediatas” premeia a documentação de acontecimentos de última hora e imediatos.

As fotografias que vão competir nestas oito categorias podem ser vistas aqui. Os vencedores vão ser anunciados a 16 de abril no evento de entrega dos prémios, em Amesterdão.

Com mais de quatro mil inscrições, o World Press Photo Contest teve de reduzir o número às dezenas que vão concorrer ao prémio. Além do prémio em dinheiro, os vencedores vão ser convidados a participar no World Press Photo Festival em Amsterdão. Posteriormente, as fotografias vão ser exibidas em 45 países, angariando cerca de quatro milhões de espectadores por ano, e vão ser publicadas num livro anual em diversas línguas.

Artigo editado por Filipa Silva.