O Dia Internacional da Matemática celebra-se, pela primeira vez, este ano. A celebração da data foi aprovada pela UNESCO em novembro passado. A moção proclama o dia 14 de março – antes conhecido como Dia do PI – como o Dia Internacional da Matemática.

Com o apoio de diversas sociedades científicas mundiais, a União Internacional de Matemática (IMU) está encarregue do projeto. O objetivo? Comemorar a Matemática em todas as formas e em todo o mundo.

Na página oficial da iniciativa vão ser disponibilizados materiais e softwares gratuitos que podem ser usados em salas de aula, atividades e/ou eventos. Segundo dados da página, Portugal estava na linha da frente com o maior número de atividades programadas para celebrar o Dia Internacional da Matemática. Contudo, o surto de COVID-19 fez com que grande parte acabasse por ser cancelada.

O Atractor contribui para algumas das atividades. A associação sem fins lucrativos tinha planeada a cedência de alguns módulos para uma exposição na Universidade de Coimbra que foi cancelada devido ao mesmo motivo.

Está também planeada a distribuição de cartazes com a dízima do PI (primeiro milhão). Além disso, a associação desenvolveu um “sistema de procura [no site] em que a pessoa pode procurar na dízima do PI (…) no primeiro milhão, por exemplo, a sua data de nascimento, o seu número de telefone ou outras sequências de números“, explica ao JPN a professora de matemática destacada no Atractor, Ana Cristina Oliveira.


Associados Coletivos:

  • Associação de Professores de Matemática (APM)
  • Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM)
  • Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP)
  • Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC)
  • Universidade de Aveiro (UA)
  • Universidade do Porto (UP)

O Atractor, que tem como objetivo tornar a matemática interessante e atrativa, nasceu em 1999. “A ideia inicial foi do Professor Manuel Arala Chaves. Ele comunicou a sua intenção a várias instituições ligadas ao ensino e à divulgação da matemática que apoiaram desde o início esta associação”, conta Ana Cristina Oliveira. “Abracei o projeto desde o início”, partilha a pioneira da associação.

Também todos os seis associados coletivos abraçaram o Atractor desde o início. Para além dos associados, o Atractor conta com outros apoios.

“Nós fazemos a divulgação da matemática através de duas componentes: a componente física e a componente interativa“, explica a professora. O site da associação, que a acompanha desde o primeiro dia, tem, neste momento, “mais de 2 mil páginas muito ilustradas com imagens, filmes, atividades interativas“, segundo a mesma fonte.


Apoios:

  • Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) – através de bolsas
  • Ministério da Educação – através do destacamento de um docente
  • Universidade do Porto (UP) – através da cedência de instalações
  • União Europeia (devido ao projeto europeu em curso – Mathina – financiado pelo programa Erasmus+ da Comissão Europeia)

Depois de um centro de ciência que não chegou a ver a luz do dia e sem um sítio para expor o trabalho, o Atractor decidiu focar-se mais na componente interativa da divulgação da matemática. De momento, o projeto que têm em mãos está ligado à classificação matemática dos azulejos.

O canal de YouTube da associação conta com 23 vídeos de produção própria e com mais de 50 mil visualizações. O vídeo “Construções de fio esticado: cónicas” foi premiado pelo Festival MathLapse, organizado em Berlim.

A professora Ana Cristina Oliveira considera que “o feedback tem sido bastante positivo“. “Tivemos uma exposição no Pavilhão do Conhecimento durante dez anos. Era para ser só durante três ou quatro meses e esteve dez anos. Foi muito visitada, teve mais de 2 milhões de visitantes, segundo dados do Pavilhão do Conhecimento”, partilha Ana Cristina Oliveira com o JPN.

“Também temos uma exposição que é um jogo de espelhos, uma versão um bocadinho alargada de uma exposição italiana, da Universidade de Milão. Nós temos uma versão fixa que está nas nossas instalações mas também temos uma itinerante e a itinerante já foi a 50 localidades do país e a Madrid. Em geral, nós temos tido um bom feedback e é também por isso que continuamos com as nossas atividades”, conclui a professora.

Apesar da ideia geral de que matemática é aborrecida, Ana Oliveira garante que a “rotina é muito variável“. Desde formações de professores, eventos de APM, palestras e visitas de estudo à organização do Dia Internacional da Matemática, nenhum dia é igual ao seguinte.

Artigo editado por Filipa Silva.