O boletim da situação epidemiológica em Portugal, publicado esta quinta-feira de manhã pela Direção-Geral da Saúde (DGS), indica que o número de casos confirmados de Covid-19 aumentou para 785, mais 143 do que no dia anterior. Há uma terceira morte desta vez registada na região Centro.
O Norte é, mais uma vez, a região com mais casos confirmados, com 385 doentes. Seguido por Lisboa e Vale do Tejo com 278 casos, Centro com 86 Algarve com 25, Açores com três, Alentejo com dois e Madeira com um.
O número de recuperados continua a ser três.
O número de casos internados mantém-se nos 89, bem como o de cuidados intensivos: há 20 pessoas nesta situação.
A aguardar resultados laboratoriais estão 488 pessoas.
Na conferência de imprensa de hoje, o Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, voltou a fazer o apelo para os grupos de riscos não saírem de casa e para privilegiar o contacto telefónico com os seus centros de saúde.
“Os profissionais de saúde continuam a ser a nossa linha da frente de combate, mas contamos com cada português para lutar na sua trincheira”, rematou António Lacerda Sales.
Doentes com sintomas ligeiros devem ser curados em casa
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, referiu que apenas “cerca de 15% dos doentes” estão internados nos hospitais, “isto quer dizer que a maior parte das pessoas pode e deve ser seguida no seu domicilio”, resumiu.
“Estamos a subir a curva e nesta fase vamos mudar a forma de atendimento”, revelou Graça Freitas. O modelo muda e as pessoas com sintomas leves a moderados podem ser acompanhadas em casa e os hospitais de referência deixam de receber a maior parte dos infetados. “Quem, na triagem, for detetado como pessoa de baixo risco deve fazer o período de doença em domicílio com acompanhamento da equipa de saúde”, acrescentou a diretora.
Mulher testada post mortem teve resultado positivo
Questionada sobre o caso de uma mulher com 94 anos que teve um teste positivo depois de morrer, Graça Freitas afirma que se existirem óbitos de pessoas com sintomas do novo coronavírus, mas que não foram testadas em vida, o teste será feito post mortem.
“Só a partir de agora começaremos a ter altas e pessoas recuperadas”
Quando o número de curados (3) foi mencionado, a diretora-geral da Saúde afirmou que “esta doença, ao contrário da gripe que ao fim de cinco ou seis dias se encerra, tem um período de evolução longo”. Recordando que o primeiro caso reportado foi dia 2 de março, acrescentou que “só a partir de agora começaremos a ter altas e pessoas recuperadas”. Estima-se que as pessoas estejam internadas durante 15 dias antes de serem dadas como curadas, sendo, para isso, precisos dois testes negativos.
Hospitais vão separar doentes
Sobre a reorganização dos hospitais, Graça Freitas afirmou que “neste momento temos praticamente toda a rede hospitalar já pronta a receber doentes e os doentes estão a ser divididos em dois grupos – aqueles que não têm suspeita do novo coronavírus e aqueles que têm”.
Quanto aos casos positivos de infeção entre os profissionais de sáude, o Secretário de Estado da Saúde não deu novos números e realçou: “O que é importante é que todos os profissionais registem [os casos de infeção] no nosso sistema de notificação para sabermos quais os profissionais que estão infetados”.
A diretora-geral anunciou ainda que hoje vai sair uma norma para avaliar o grau exposição dos profissionais de saúde: “O grau de exposição de um profissional de saúde é diferente conforme o tipo de cuidado e proximidade. Há contactos de maior e menor risco.”
Artigo editado por Filipa Silva
Artigo atualizado pela última vez às 13h52 do dia 19 de março.