1.020 casos de infeção pelo novo coronavírus em Portugal, mais 235 do que na quinta-feira. O número de mortes aumentou para seis: duas na região de Lisboa, duas na região centro, uma no Norte e outra no Algarve. Os números foram divulgados esta sexta-feira (20) pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), no seu último boletim epidemiológico.

O maior número de casos continua a concentrar-se na região norte: são 506 casos confirmados. Em Lisboa são 361 e, na região centro, há um total de 106 casos. O Algarve tem 29 casos, o Alentejo continua com dois casos confirmados, os Açores têm três casos e a Madeira um (dois, contando com um que foi confirmado já depois da meia-noite, como explicou a diretora-geral da Saúde na conferência de imprensa).

O valor registado esta sexta-feira ao nível do número de infetados representa um aumento de 30% face aos números de ontem.

O número de recuperados é agora cinco (mais dois do que ontem).

O número de casos internados aumenta para 126. Da mesma forma, aumenta o número de pessoas internadas nos cuidados intensivos: são agora 26 – mais seis do que na véspera.

A aguardar resultados laboratoriais estão 850 pessoas.

Aumentar a capacidade de testagem é uma prioridade

O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, afirmou na conferência de imprensa desta sexta-feira que “aumentar a capacidade de testagem é uma prioridade”. Pelo que, acrescentou o governante, estão a ser englobados “novos laboratórios na rede”.

Acerca da falta de equipamentos – máscaras, luvas, ventiladores, monitores -, o secretário de Estado indicou que estão a ser analisadas “várias linhas de encomendas”, acrescentando que o Governo está “a ir ao exterior todos os dias, porque o mercado interno é insuficiente”, nomeadamente à China, exemplificou. No site dedicado à COVID-19 vai ser criada uma secção para donativos, informou Lacerda Sales.

O secretário de Estado referiu ainda que a Linha de Apoio aos Médicos (LAM) registou um “número recorde de chamadas atendidas”, graças aos 40 médicos voluntários em atendimento simultâneo.

Os lares de idosos devem ter zonas de isolamento

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, fez um novo apelo aos grupos de risco, para que fiquem em casa. O “contacto físico deve ser evitado ao máximo”, reforçou ainda.

Quanto aos lares de idosos, Graça Freitas afirma que as instituições devem organizar-se e terem zonas de isolamento, para retirar, em caso de algum sintoma, o utente da zona coletiva. “É imperativo ter zonas para isolar esses doentes”, afirma a diretora-geral da Saúde, referindo-se aos que apresentam sintomas e aos novos utentes que chegam e podem estar infetados.

Quem chegar a Portugal vai ficar em isolamento durante 14 dias

Vai ser lançada uma nova medida relativa à entrada em território português, adiantou Graça Freitas. A partir da próxima semana, quem entrar em Portugal deverá ficar em isolamento durante 14 dias. A norma pode ter exceções, caso as autoridades de saúde locais que tenham capacidade para “análises mais finas” assim decidirem.

Máscaras podem gerar uma “falsa segurança”

A diretora-geral da Saúde alerta que o uso de máscaras para a população geral pode gerar uma “falsa segurança” e ser “demasiado tranquilizador”, afirmando que o importante é respeitar o isolamento e a distância de segurança entre pessoas.

Contudo, Graça Freitas refere que os doentes imunodeprimidos podem e devem usá-las porque já “estão habituados a usar máscaras” e precisam dessa barreira com o exterior.

Madeira tem dois casos confirmados

Questionada sobre a disparidade entre os casos positivos confirmados na Madeira e os que estão identificados no boletim epidemiológico, a diretora-geral esclarece que há dois casos confirmados, mas o segundo não entrou no relatório por ter sido reportado depois da meia noite. O boletim contabiliza “os casos reportados no sistema eletrónico” à meia-noite de cada dia e essa contagem diária deu apenas um caso positivo. Graça Freitas acrescenta ainda que “há mais quatro casos que deram positivo nos laboratórios da Madeira, mas têm de ser novamente testados no Instituto Doutor Ricardo Jorge”.

Relativamente a Felgueiras e Lousada, a diretora-geral da Saúde informa que a “situação está estável” nestas localidades.

Ajuda dos privados ainda não foi necessária

António Lacerda Sales afirmou ainda na conferência que a ajuda dos privados ainda não foi usada “porque ainda não houve essa necessidade”.

O secretário de Estado da Saúde completa, dizendo que “conforme a evolução do surto ainda podem ser chamadas”. As unidades de cuidados intensivos dos privados poderão ser “muito importantes” para lidar com o surto, acrescenta.

Artigo editado por Filipa Silva

Artigo atualizado pela última vez às 14h42 de 20 de março de 2020.