O primeiro-ministro, António Costa, admitiu esta semana que há uma grande probabilidade de as escolas manterem-se encerradas depois das férias da Páscoa, já que Portugal ainda não atingiu o pico do novo coronavírus e os casos têm vindo a aumentar dia após dia.

Por essa razão, professores, pais e principalmente alunos estão preocupados com o futuro do ano letivo.

Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), mostra o seu apoio a todos os estudantes, mas principalmente aos que vão realizar exames nacionais, fundamentais ao prosseguimento de estudos: “Serão tomadas várias decisões, uma delas é [sobre] o calendário de exames, de 11º e 12º, porque são anos onde têm disciplinas cuja nota dá acesso ao ensino superior”, declara ao JPN.

Por isso, como notou esta semana ao jornal “Público”, já pediu “orientações claras” ao Ministério da Educação, para que os problemas que estão a ser levantados por pais e alunos sejam solucionados.

No próximo dia 9 de abril, uma quarta-feira, vai haver uma reunião do Conselho de Ministros, na qual será reavaliado o fecho das escolas.

Estão em cima da mesa muitas hipóteses, mas Filinto Lima conta que o Governo “irá optar pelo cenário que melhor favoreça o sistema educativo e que melhor favoreça os alunos”. Mas não arrisca cenários: “não sabemos que decisão vai ser tomada, só sabemos que vai continuar a haver educação à distância, que é a única forma que temos agora. No dia 9 de abril, poderá não haver uma decisão em concreto”, avisa.

O presidente da ANDAEP aponta para uma certeza, que é a realização de uma reunião dos conselhos de turmas que vai ser realizada na próxima semana, na qual vão ser atribuídas notas aos alunos com o intuito de manter os pais descansados.

Filinto Lima acredita que os exames nacionais vão ser mantidos, e se assim for, levantam-se duas questões: “Como irão decorrer esses exames e em que altura”.

Jorge Ascensão, presidente da Confederação de Pais, em declarações ao JPN, disse que o mais importante a fazer é “começar o terceiro período do ano letivo nas melhores condições possíveis e, depois disso, ver se faz sentido a avaliação”. Isso significa, sublinha, “que todos aqueles que trabalham no sistema educativo, bem como as próprias famílias, têm de estar preparados, para desenvolver um terceiro período com o máximo de eficácia”.  

É fundamental para Jorge Ascensão, a saúde e a segurança dos alunos, e garantir que não ficam prejudicados com a decisão que será tomada, pelo que apela a uma tomada de decisão equitativa e justa.

O presidente da Confederação de Pais afirmou que é crucial encontrar instrumentos que coloquem os alunos todos num plano de igualdade, já que muitos estão a ter aulas online e outros não.

Ainda assim diz que a possibilidade de não haver exames nacionais é uma hipótese, que teria de ser muito bem estudada. Mas isso faria com que o sistema educativo português tivesse de passar por uma alteração, o que para Jorge Ascensão não é de todo negativo pois seria uma oportunidade de ser testar um novo paradigma de avaliação: “sendo assim, os jovens teriam a avaliação da conclusão do ensino secundário e assim encontramos aqui um modelo transparente de acesso ao ensino superior, não é impossível, mas não sei se teremos as competências, quer físicas quer psicológicas, neste momento, para esse empreendimento”.

Os exames serem feitos em junho é muito pouco provável. Por essa razão, há a necessidade de arranjar uma solução que não tire muito tempo e espaço para também “não trazer prejuízo à vida dos jovens” e por isso mesmo é necessário “trabalhar para minimizar o custo social e o custo educativo”. Para Jorge Ascensão não é opção os alunos repetirem o que deram durante este ano, pois isso seria “uma falta de consideração ao trabalho dos professores e dos alunos”.

Tanto para Filinto Lima como para Jorge Ascensão o importante é arranjar uma solução que seja justa para todos.

Artigo editado por Filipa Silva