O Presidente da República falou esta quinta-feira ao país, a partir do Palácio de Belém. Marcelo Rebelo de Sousa prolongou o estado de emergência por mais 15 dias e antecipou a forma como Portugal vai enfrentar a COVID-19 – o adversário “insidioso e imprevisível“.

Para o chefe de Estado português, este é o “maior desafio dos últimos 45 anos“. Os efeitos económicos e sociais do novo coronavírus serão “mais profundos e duradouros que as crises mais longas que já vivemos“. Por isso, saúda os órgãos de soberania e os portugueses por estarem “unidos e solidários“.

O combate à pandemia é feito pelos portugueses, segundo Marcelo Rebelo de Sousa, que enumerou alguns serviços essenciais. Profissionais de saúde “têm feito milagres”. As Forças Armadas, segurança, bombeiros e segurança civil “não descansam”. IPSSs, Misericórdias e voluntários “desmultiplicam-se”. Empresas “alteram planos para produzir o que mais nos falta”. Cientistas trabalham em “novos fármacos, testes e vacinas”, entre outros.

O Presidente da República apontou quatro fases do combate à COVID-19 em Portugal: a primeira, das últimas semanas, que impediu “a rutura do sistema“; a segunda fase é a das próximas semanas, no “mês crucial de abril“, onde o país terá de gerir o número de infetados e consolidar a contenção.

A terceira fase será vivida “nas semanas seguintes, mais cedo ou mais tarde, consoante o sucesso da segunda”, quando se inverter em definitivo o número de casos. Por fim, a quarta e derradeira que será de “progressiva estabilização da vida coletiva“.

Para já, Portugal “ganhou a primeira batalha“, reiterou. As medidas restritivas e a adesão dos portugueses permitiram ganhar tempo. Agora, é necessário “ganhar a segunda fase”.

O Presidente da República definiu cinco objetivos fundamentais para conseguir a vitória. Proteger os grupos de risco, “onde quer que vivam”. Utilizar, “com bom senso”, a abertura do estado de emergência para prevenir situações de rutura em estabelecimentos prisionais. Assegurar que nesta Páscoa não se troquem “uns anos na vida e saúde de todos por uns dias de férias“. Pedir aos compatriotas que estão fora e queiram vir pela Páscoa que “cumpram as recomendações severas que adotaremos” e que “repensem adiar” os planos. Por fim, Marcelo Rebelo de Sousa evidenciou como último objetivo “definir os cenários para o ano letivo“, a anunciar pelo primeiro-ministro, António Costa, durante a próxima semana.

Só ganharemos Abril se não baixarmos a guarda“, garante Marcelo Rebelo de Sousa. Os números de infetados vão atingir as dezenas de milhares até dia 17 deste mês, segundo o Presidente da República, mas também serão as próximas semanas a garantir as “dezenas de milhares de vidas salvas”.

As novas medidas do Estado de Emergência entram em vigor à meia-noite de 03 de abril e prolongam-se até 17 de abril, data em que poderá ou não voltar a renovar-se.

Artigo editado por Filipa Silva.