O programa de testes à COVID-19 lançado pela Câmara Municipal do Porto (CMP) em todos os lares de idosos deste município foi agora estendido aos albergues e centro de acolhimento de pessoas sem-abrigo. Os lares residenciais que acolhem pessoas com deficiência passam a ser também abrangidos. Fernando Paulo, vereador da Habitação e Coesão Social, anunciou a decisão na segunda-feira (06) na reunião de Executivo, que foi realizada, mais uma vez, à porta fechada.
A iniciativa abrange ainda os funcionários das instituições abrangidas. Tal já acontecia no programa de rastreio aos lares de idosos. A iniciativa lançada pela CMP a 26 de março conta com o apoio do Hospital de São João, dos centros de saúde, dos bombeiros municipais e ainda do Exército Português, e já conseguiu, de acordo com a autarquia, testar cerca de 1400 pessoas, de 21 instituições.
A “mega operação de rastreio” da Câmara do Porto garante que, caso o teste dê positivo, as pessoas em situação de sem-abrigo e os cidadãos com deficiência não são abandonados – os infetados podem ser transferidos para a Pousada da Juventude ou ainda para o Seminário de Vilar.
Ainda a pensar nesta população, no antigo Hospital Joaquim Urbano, no Bonfim, foi também montado um Centro de Emergência com 40 camas para que os sem-abrigo se possam recolher. É no Centro de Acolhimento Temporário Joaquim Urbano que se concentram também, atualmente, os restaurantes solidários do Porto, revelou a CMP.
Em novembro de 2019, estavam identificadas pela CMP 560 pessoas em situação de sem-abrigo na cidade do Porto – entre eles, 140 a viver na rua e 420 em alojamentos temporários.
A impossibilidade de as pessoas permanecerem na via pública é uma das medidas que decorre do decreto de estado de emergência, mas Carlos Feijó, agente principal da Polícia de Segurança Pública (PSP), explicou, em declarações ao JPN, que as pessoas em condição de sem-abrigo não iam ser afetadas pela medida: “nós temos consciência que eles não têm mais nenhum sítio para ir”.
O programa de rastreios, que foi agora estendido, contou com a ajuda inicial da Fundação Fosun e da Gestifute, que disponibilizaram ao executivo de Rui Moreira cinco mil testes para a COVID-19 e ainda 200 óculos e fatos de proteção.
Artigo editado por Filipa Silva