Nas últimas 24 horas, morreram em Portugal 32 pessoas por COVID-19, aumentando para 567 as vítimas mortais da doença no país, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado esta terça-feira (14). Da DGS vem também o apelo para a importância da vacinação, em tempos de pandemia e não só.

Portugal regista também 17.448 casos confirmados de COVID-19, mais 514 que no dia anterior – uma taxa de crescimento de 3%.

De destacar são, ainda, os 70 novos recuperados que fazem o número subir dos 277 – que se mantinha desde sábado (dia 11) – para 347 casos.

Se 70 recuperaram, outros tantos entraram em internamento, perfazendo um total de 1.227 internados em todo o páis. Desses, 218 estão nos cuidados intensivos (mais 30 do que na segunda-feira).

A aguardar resultado laboratorial, encontram-se 2.474 pessoas.

O Norte continua a ser a região mais afetada pela pandemia, com 10.302 infetados e 321 óbitos. A cidade do Porto regista 959 casos, seguida de Lisboa com 946 infetados. Também no Grande Porto se situam os municípios com mais casos confirmados a seguir à capital. Vila Nova de Gaia (884), Matosinhos (768) e Gondomar (718) são os que se seguem na lista.

Segundo o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, a taxa de letalidade global, em Portugal, devido à COVID-19 situa-se nos 3,2%. Para os doentes acima dos 60 anos, o risco é maior, subindo a taxa para os 11,4%.

A vacinação não é adiável, apela a DGS

Na conferência de imprensa da DGS desta terça-feira (14), a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, referiu-se à vacinação como sendo “absolutamente essencial para evitar casos de doença ou surtos“. Para justificar a urgência deste apelo, afirmou: “já temos uma pandemia, a última coisa que queremos é ter um surto por outra doença infecciosa”.

A DGS recomenda “vivamente” o programa nacional de vacinação, com particular atenção à vacinação nos primeiros 12 meses de vida, nas grávidas e nos doentes crónicos.

Para tal, reforça que os meios hospitalares estão preparados para receber os utentes com todos os cuidados de segurança e, como tal, faz o apelo: “Não adie, de forma alguma, a vacinação“. “Se deixarmos de nos vacinar e às nossas crianças, podemos ter outro tipo de surtos para além deste que já tanto dano causa à sociedade”.

Este é um apelo que António Lacerda Sales reitera, acrescentando que não se deve ter medo de recorrer aos hospitais para fins de vacinação, pois “os circuitos e fluxos estão perfeitamente definidos” e “existem medidas restritas muitos rigorosas de segurança” que definem onde os utentes “podem e devem ser assistidos”.

Segundo o secretário de Estado da Saúde, “é preciso que as pessoas tenham confiança num SNS que soube retirar dos seus hospitais e centros de saúde o que não era urgente”.

Contudo, explica que o SNS24 continua a ser a “porta de entrada preferencial” para casos suspeitos, referindo que têm sido atendidas 11 mil chamadas por dia.

Esta terça-feira, foi conhecida uma sondagem do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica, para o jornal “Público” e a RTP, segundo a qual mais de 70% dos portugueses têm medo de ir aos hospitais e centros de saúde.

Empresas com vontade de produzir máscaras

Na conferência de imprensa, Rui Santos Ivo, presidente do Infarmed, afirmou que a autoridade já publicou as especificações técnicas para produção das máscaras – definidas como “sociais” – pela indústria nacional. Além disso, anunciou que mais de 200 empresas já mostraram vontade de avançar com a produção – algumas, possivelmente, esta semana.

Aumento de testagem

O secretário de Estado da Saúde referiu também que foram realizados mais de 190 mil testes à COVID-19, desde o início do surto, e que estão agora a aproximar-se de uma média de dez mil testes por dia. Isto resulta numa taxa de quase 18 mil testes por milhão de habitantes, em Portugal.

Porém, António Lacerda Sales refere que “o aumento de testagem não se refletiu num aumento proporcional de testes positivos, o que é garantidamente um bom indicador”, disse.

Artigo editado por Filipa Silva