Entre quinta e sexta-feira, o número de casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus em Portugal subiu apenas 1%, o menor crescimento de casos positivos desde o início da pandemia em Portugal. No total, o país regista agora 19.022 casos, apenas mais 181 do que no dia anterior.

De acordo com o Boletim Epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado ao final da manhã registaram-se 657 mortes devido ao novo coronavírus. Morreram mais 28 pessoas nas últimas 24 horas.

número total de óbitos distribui-se da seguinte forma: Norte (377), Centro (148), Lisboa e Vale do Tejo (119), Algarve (9) e Açores (4).

Ilustração: Beatriz Cunha

O número de recuperados aumentou para 519, mais 26 pessoas curadas, em relação ao dia anterior. Há 1.284 pessoas internadas, menos dezoito do que quinta-feira – uma descida de 1,4%. Em Unidades de Cuidados Intensivos estão 222 pessoas, menos sete casos em relação ao dia anterior – uma descida de 3,1%.

Em número de casos confirmados, a região Norte é, como até aqui, a mais afetada, com 6.706 casos confirmados. Segue-se Lisboa e Vale do Tejo, com 3.070, e o Centro com 1.521. No Alentejo há 84 casos e no Algarve 229. O arquipélago dos Açores regista 68 casos e a Madeira 52.

Por concelho, Lisboa regista 1.020 casos, o Porto 1.017, a Vila Nova de Gaia 972, Matosinhos 845, Gondomar 797, Maia 714 e Valongo 562.

Ilustração: Beatriz Cunha

“Não podemos olhar apenas para um dia”

Na conferência de imprensa desta sexta-feira, a diretora-geral da Saúde garantiu que o aumento reduzido de casos é “um número fiável” e consistente com a “tendência de descida do planalto“. Mesmo assim, Graça Freitas recomenda precaução: “Não podemos olhar apenas para um dia. Temos de esperar mais uns dias para ver se esta tendência se mantém“.

Sobre a mortalidade, a diretora-geral reiterou a consistência do padrão entre doentes com mais de 70 anos ou com mais do que uma doença. Ficou a promessa de trazer na conferência de imprensa deste sábado os dados discriminados dos mortos por COVID-19.

Questionada sobre a implementação de um regime de obrigatoriedade no uso de máscaras, Graça Freitas explicou que este equipamento é uma recomendação entre “um conjunto imenso de outras medidas”. A higiene das mãos “é talvez a principal medida. O distanciamento social é outra medida primordial”. Neste momento, o plano passa por recomendar e não obrigar ao uso de máscaras.

A diretora-geral da Saúde considerou que as medidas de contenção impostas “cumpriram a função de achatar a curva” e que depois do Estado de Emergência é precisar dar atenção a três dinâmicas: a do vírus, a da sociedade a retomar a atividade social e a do sistema de saúde. “É no equilíbrio destas três dinâmicas que vamos mitigar os efeitos da pandemia“, afirmou.

O secretário de Estado da Saúde garantiu que em breve vão ser distribuídos os primeiros cinco mil testes de biologia molecular. Tratam-se de testes que “permitem resultados entre 45 minutos a uma hora” e serão usados em contexto hospitalar.

António Lacerda Sales prevê a chegada de 65 ventiladores “no início da próxima semana”. O governante disse ainda que haverá uma série de “voos faseados nas próximas semanas” para transportar os restantes ventiladores para solo português.

O secretário de Estado pediu para que as pessoas não “tenham medo de recorrer aos hospitais” e que em caso de agravamento do estado de saúde, deve-se recorrer aos serviços de urgência. Graça Freitas explicou que têm diminuído os relatos de transmissão da COVID-19 em pacientes em centros de saúde, porque “houve uma separação entre os circuitos COVID e os circuitos não COVID“.

A mensagem de precaução para a terceira fase da pandemia é unânime entre Governo e autoridades de saúde. Graças Freitas avisou que “não podemos ser nem demasiado pessimistas nem demasiado otimistas” e comprometer os resultados alcançados. António Lacerda Sales avisou que “não há atalhos”. “Não deitemos a perder os resultados do enorme sacrifício das últimas semanas”, pediu o secretário de Estado.

Artigo editado por Filipa Silva