O projeto do Parque Central da Asprela está há um ano à espera de um aval do Ministério das Finanças para avançar. A notícia foi adiantada pelo jornal “Público” de quarta-feira, dando conta de que a obra, planeada para terminar este ano, dificilmente alcaçará o objetivo. Em causa está a parte do financiamento que cabe ao Fundo Ambiental, que ainda terá de ser desbloqueada pelo Ministério das Finanças.
O custo da obra, orçada em 1,9 milhões de euros, será dividido entre quatro entidades. O Fundo Ambiental é o responsável pelo maior investimento: 1 milhão de euros. O restante valor será dividido entre a Universidade do Porto (UP), o Instituto Politécnico do Porto (IPP) e a empresa municipal Águas do Porto.
Ao jornal “Público”, a Câmara Municipal do Porto (CMP) esclareceu que, depois de respondidas as dúvidas levantadas pelo Tribunal de Contas, “o derradeiro obstáculo para a obtenção do visto prende-se com a formalização da reprogramação temporal do contrato de financiamento”.
Trata-se de uma revisão da calendarização do contrato de financiamento do Fundo Ambiental que está dependente da “aprovação e publicação de portaria de extensão de encargos, remetida para o Ministério das Finanças em março de 2019″, revelou ainda a autarquia.
O consórcio responsável pela execução da obra, que junta a CMP à UP, IPP e Águas do Porto, já terá tentado junto do Governo, ao longo destes meses, desbloquear o impasse junto do Ministério do Ambiente e Alterações Climáticas. “Sem sucesso”, refere a CMP.
Abertura estava prevista para este ano
Anunciado em 2015, o projeto de construção do Parque Verde Central da Asprela só obteve garantia de financiamento em 2018. No ano seguinte, foi lançado em março o concurso público para a adjudicação da obra, adjudicação essa que veio a ocorrer em outubro de 2019.
O projeto coordenado pelo professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto Paulo Farinha Marques visa valorizar uma área com cerca de seis hectares nas imediações da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, no Polo da Asprela.
Imagem virtual do futuro Parque Central da Asprela
O projeto prevê a plantação de mais de 600 árvores, além das mais de 700 já presentes, e instalação de alguns equipamentos de apoio. O parque não será apenas para lazer, mas um ambiente de circulação de bicicletas e um espaço para práticas de exercício e desporto. Além disso, a obra pretende renaturalizar duas linhas de água existentes entre a Faculdade de Economia (FEP) e a Faculdade de Engenharia (FEUP).
O arquiteto paisagista, Paulo Farinha Marques, explicou há um ano ao JPN o projeto que vai nascer na área, um projeto em que “as ribeiras vão ser as estrelas do parque”, dizia.
Na região vai ser possível conter dez mil litros cúbicos de água, para impedir que as cheias desta ribeira atinjam os túneis do metro do Porto. A nova zona verde da cidade terá espelhos de água, percursos pedonais e cicláveis e especial atenção às acessibilidades para pessoas com mobilidade reduzida.
Reveja a reportagem feita pelo JPN em março do ano passado no local:
Artigo editado por Filipa Silva