As aulas presenciais dos 11.º e 12.º anos deverão regressar a 18 de maio. Também já há data para a possível retoma às creches, 01 de junho. Ao JPN, Flinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), garantiu ainda não ter recebido qualquer informação da parte do Governo que confirme a notícia e que acredita que a data seja “indicativa”.

Segundo avançou o jornal “Público”, este domingo, as medidas de retoma gradual da atividade vão ser levadas a cabo no fim do estado de emergência. Entre as medidas calendarizadas estão as aulas presenciais dos alunos propostos a exame nacional – 11.º e 12.º anos -, assim como a reabertura de creches e do comércio em geral, que podem reabrir a 01 de junho. Já o comércio local irá regressar no próximo dia 04 de maio.

Apesar das datas indicadas para o recomeço das atividades letivas e comerciais, o Governo está dependente da reunião que terá com as autoridades de saúde, esta terça-feira (28), no Infarmed. A reunião é particularmente importante para ditar o ritmo de abertura da economia.

Para o presidente da ANDAEP, com o aproximar de 18 de maio, o “Governo terá que validar a decisão ou não“. Filinto Lima apontou algumas das preocupações que, nesta altura, os diretores escolares sentem. “Precisamos de saber quantos alunos podemos ter numa sala de aula, saber quantas pessoas podem estar num espaço como um polivalente ou uma cantina, saber se os diretores têm de contratar mais professores para algumas turmas, já que elas vão ser desdobradas ou até tri-partidas”, elencou.

Ainda que a abertura do pequeno comércio esteja prevista para 04 de maio, fonte do governo adiantou ao jornal “Público” que o momento mais crítico da estratégia para o retorno gradual da economia e sociedade, vai ser o regresso das aulas presenciais dos alunos do ensino secundário   que estejam inscritos em exames nacionais. Nesse momento, o volume de circulação de pessoas e de interação social vai aumentar de forma significativa.

No que diz respeito à reabertura das creches, a Associação de Creches e Pequenos Estabelecimentos de Ensino Particular (ACPEEP) alertou, esta segunda-feira, que há cada vez mais famílias a falharem o pagamento das mensalidade e que as escolas só irão receber as crianças com pagamentos em dia. Numa carta enviada ao Governo e ao presidente da República, a ACPEEP alerta que as creches privadas já perderam em média 15% dos seus alunos e os jardins de infância 10%, sendo que o incumprimento nos pagamentos disparou entre março e abril.

Ainda segundo o jornal “Público”, o Governo definiu três linhas de ação que vão constituir o plano de estratégia de retoma gradual social e económica. O objetivo das linhas de ação passa por reduzir o risco de contágio até ao dia 18 de maio:

  • A abertura progressiva e monitorizada da atividade;
  • A completa monitorização de lares;
  • Garantir que existem, no mercado, materiais de proteção individual suficientes como máscaras ou luvas.

Em relação ao plano de abertura progressiva e monitorizada, o Governo já fez saber que as normas vão entrar em vigor, de 15 em 15 dias, a 04 de maio, 18 de maio e 01 de junho.

A partir do dia 04 de maio, a Direção-Geral da Saúde (DGS) vai estabelecer e divulgar novos padrões de comportamento de isolamento social recomendados a cada momento de retoma social do país.

No que toca ao controlo sanitário nos lares de idosos e deficientes, o prazo limite está definido para 18 de maio: o objetivo do Governo é impedir a entrada do novo coronavírus nos estabelecimentos com maior aglomerado de pessoas que pertencem a um grupo de risco.

Na passada quarta-feira, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, referiu que o número de mortos de idosos em lares era de 327, o que representa um total de 40% das mortes registadas.

Os dados da DGS desta segunda-feira dão conta de um total de 928 mortos em Portugal devido à COVID-19 e 24.027 casos confirmados.

Artigo editado por Filipa Silva.