Já abriram as candidaturas para o Programa de Estágios de Jovens Estudantes do Ensino Superior nas Empresas (PEJENE). A iniciativa é destinada a alunos que frequentem o último ou penúltimo ano do ensino superior e que queiram ter um ponto de partida para entrar no mercado de trabalho. No total, há mais de três centenas de vagas disponíveis. Devido à pandemia de COVID-19, o prazo dos estágios foi alargado e abrange, este ano, os meses de julho a dezembro.
Ao JPN, o presidente da Fundação da Juventude – entidade responsável pelo projeto -, Francisco Maria Balsemão, esclarece que “tipicamente [os estágios] têm sido mais cedo, aproveitando o verão, e agora vão atrasar um bocadinho”. Também por isso, como confirma, por sua vez, a coordenadora do PEJENE ao JPN, as empresas podem continuar a candidatar-se ao programa até ao final do ano. Já para os estudantes, as candidaturas terminam quando todas as vagas estiverem preenchidas.
Contudo, a pandemia fez também com que menos empresas estivessem preparadas e dispostas a receber estudantes. O PEJENE conta agora com 2/3 do número usual de candidaturas de entidades de acolhimento (costuma rondar as 500 vagas), quando comparado com os números de 2018, por exemplo, como garante a responsável do projeto. O ano passado também foi atípico no que diz respeito a inscrições, que começaram mais tarde, o que acabou por se repercutir no número de empresas abrangidas pelo programa, similar ao número de vagas deste ano.
Aposta no digital
Por outro lado, a pandemia de COVID-19 trouxe também um incremento no teletrabalho, neste caso nos tele-estágios. Segundo a coordenadora do projeto, empresas mais digitais e ligadas à tecnologia viram nesta edição do PEJENE uma oportunidade. Nesse sentido, entidades que devido à crise provocada pelo novo coronavírus se viram economicamente debilitadas, vão ter acesso a “mão de obra altamente qualificada, a um preço reduzido” – subsídio de alimentação e de transporte. “Posteriormente, havendo uma recuperação económica, as empresas até podem contratar estes alunos, não havendo contudo uma obrigatoriedade“, afiança a mesma fonte.
“Não sei até que ponto é que este não será um bom barómetro para perceber quais são as repercussões da pandemia a curto prazo [nas empresas]“, sustenta o presidente da Fundação da Juventude.
Os estágios desta edição vão realizar-se de diferentes formas, segundo a responsável do projeto. Podem ser em regime de teletrabalho, ou seja, totalmente a partir de casa – o que não constitui uma novidade no programa, uma vez que já aconteceu noutras edições. Há também a hipótese de os estudantes realizarem o estágio maioritariamente em casa e irem esporadicamente à empresa, isto é, num regime misto. Por fim, há ainda entidades de acolhimento que vão receber, nas suas instalações, os alunos durante o período total do programa.
À altura das candidaturas foi necessário que as empresas garantissem o cumprimento a legislação e as normas de funcionamento recomendadas pela Direção-Geral da Saúde (DGS), avança a mesma fonte, de modo a salvaguardar a saúde e segurança dos estagiários.
O programa de estágios é promovido pela Fundação da Juventude e, segundo a informação do site, abrange áreas de formação tão distintas como a administração pública, arquitetura, design, dança, desporto, educação, engenharias, entre outros. Os estágios têm a duração mínima de dois meses e máxima de três. Cada estudante pode candidatar-se até duas vagas, no site do programa.
Estas são as áreas de formação abrangidas até ao momento, no distrito do Porto:
- Engenharia Mecânica;
- Contabilidade;
- Economia;
- Gestão;
- Educação;
- Higiene e Segurança no trabalho;
- Recursos Humanos;
- Comunicação;
- Design Multimédia;
- Marketing;
- Multimédia;
- Engenharia e Gestão Industrial;
- Engenharia Eletrónica;
- Animação Sociocultural;
- Dança;
- Direito;
- Enfermagem;
- Engenharia Biomédica;
- Programação;
- Saúde;
- Terapia Ocupacional;
- Design de Produto;
- Informática;
- Engenharia da Computação;
- Engenharia Física;
- Engenharia Eletrotécnica;
- Assessoria de Direção;
- Relações Internacionais.
O PEJENE vai na 28.ª edição, que apesar da pandemia continua “garantida”, como explica a responsável do programa. A iniciativa é de âmbito nacional e existe desde 1993 e “é uma resposta às necessidades de aprendizagem dos jovens a frequentar o Ensino Superior que contribui para a melhoria do desempenho de tarefas de caráter profissional e para o aumento de conhecimentos em contexto real de trabalho“, conforme se lê no site.
Artigo editado por Filipa Silva.